Impasse entre Prefeitura e empresa paralisa obras de urbanização em São Gonçalo

Por Marcela Freitas

O impasse entre a Prefeitura de São Gonçalo e Allianza Infraestrutura do Brasil S.A não vem prejudicando apenas a vida dos 205 trabalhadores, que estão sem receber há quatro meses. O problema afeta muitos moradores da cidade que sonhavam, enfim, ter um lugar melhor para viver.

Na última semana, trabalhadores da Allianza realizaram um protesto em frente à sede da Prefeitura, cobrando os salários atrasados. Agora, são os moradores da cidade que pedem mais atenção ao governo municipal, para que as obras sejam retomadas.

Promessa de vários governos, a Rua Presidente Truman, em Vista Alegre, por exemplo, começou a ser pavimentada na gestão anterior. No final do ano passado, a obra foi retomada mas, ao contrário do que a população esperava, o serviço não foi concluído e a via ficou cheia de buracos.

“A situação só não está pior porque funcionários de uma obra no terreno da antiga cerâmica jogaram um pouco de cascalho aqui. Sem essa medida, não estávamos conseguindo trafegar pela rua. E na Prefeitura, a rua consta como asfaltada. Não aguentamos mais esperar a boa vontade dos governos que só prometem e nada fazem”, reclamou o psicólogo Marcos Almeida dos Santos, de 38 anos.

A mesma reclamação é feita pelo aposentado Salvador Ribeiro, 70. “Moro aqui há 40 anos. Quando vi as obras na porta da minha casa, fiquei com esperança de que o trabalho fosse concluído. Infelizmente isso não aconteceu”, afirmou. Com um marido com problemas de saúde, a dona de casa Mariza da Cunha, 62, disse que tem dificuldades para levá-lo ao médico por conta dos problemas na via.

E não é só Vista Alegre que sofre com a paralisação das obras de urbanização os moradores do Jardim Miriambi, Jardim Bom Retiro, Lagoinha, Laranjal, Guaxindiba e Arsenal também reclamam do mesmo problema.

Sindicato promete processar empresa e Prefeitura de SG

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Plano da Construção, Montagem e Manutenção Industrial de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), Manoel Vaz, disse que os funcionários estão se desligando da empresa.

“A Prefeitura diz que não rompeu contrato com a Allianza, mas queremos mesmo é o dinheiro na conta. Vamos acionar judicialmente à Allianza e a Prefeitura porque afinal de contas são obras públicas contratadas”, afirmou.

Na última semana, cerca de 50 funcionários da Allianza realizaram uma manifestação em frente à sede do Executivo, no Centro. Os trabalhadores estão há quatro meses sem salários e benefícios de transporte e alimentação.

A Prefeitura negou, em nota, atraso no pagamento à empresa. “O repasse para a empresa Allianza, responsável pelas obras do PAC 2, foi efetuado normalmente até janeiro deste ano, no entanto, a empresa paralisou as obras no dia 8 de fevereiro. É importante ressaltar que o pagamento é realizado à medida em que as obras vão sendo executadas. Sendo assim, não houve repasse desde a paralisação”.

Além disso, segue a nota da Prefeitura, “de acordo com relatos dos próprios funcionários, os trabalhadores estão sem receber há cerca de quatro meses, período anterior ao último pagamento efetuado para a Allianza. Em virtude da paralisação das obras e do não pagamento aos funcionários, a Prefeitura já está tomando as medidas legais cabíveis.