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Greve dos caminhoneiros reflete em todos setores comerciais de São Gonçalo

Combustível já acabou em boa parte dos postos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de maio de 2018 - 09:45
Postos de combustíveis de várias cidades tiveram filas de veículos durante a manhã de ontem
Postos de combustíveis de várias cidades tiveram filas de veículos durante a manhã de ontem -

Por Marcela Freitas

A greve dos caminhoneiros em todo o país, que chegou ontem ao seu quarto dia, traz reflexos para todos os setores da economia. Em São Gonçalo, ontem pela manhã, o preço da gasolina variava de R$ 4,98 a R$ 5,20. Há relatos de postos que estariam cobrando mais de R$ 9. Mesmo assim, faltou combustível e alguns estabelecimentos fecharam.

Preocupados, muitos motoristas levaram galões para estocar combustível em casa. Este foi o caso do marceneiro Ricardo Grion, de 32 anos, que tentava levar 250 litros a mais. “Trabalho com transporte de madeiras e, sem entrega, não realizo as obras e, portanto, não recebo. Não posso correr o risco de não trabalhar”, disse.

O comerciante Carlos Alberto Félix, 50, disse que percorreu alguns postos até achar gasolina. No posto em que ele estava na Rua Nilo Peçanha, no Centro, a previsão era de que o combustível durasse até o início da tarde de ontem. “Eu alugo alguns carros e preciso abastecer. Mesmo com esse problema, apoio a iniciativa. Não podemos ficar na mão do governo e pagando tantos impostos”, afirmou.

Transportes – A falta de combustíveis refletiu também nas empresas de ônibus, que reduziram a frota. Na principal linha intermunicipal de Alcântara, as viagens passaram os intervalos de quatro para 12 minutos.

A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) informou que o desabastecimento de óleo diesel afetou em até 40% o percentual da frota. O cenário pode ser agravado caso o abastecimento não seja normalizado, levando à retenção nas garagens de um número maior de ônibus, podendo atingir até 70% da frota.

Baía de Guanabara – A CCR Barcas adotou medidas de hoje até segunda-feira. Na linha Araribóia, o serviço será interrompido sábado e domingo; e nas linhas Charitas, Paquetá e Cocotá, haverá o cancelamento de algumas viagens. As medidas foram autorizadas pela Secretaria de Estado de Transportes. Confira as alterações no site da empresa (www.grupoccr.com.br/barcas).

Água – A Cedae pede à população que economize água até que seja restabelecida a normalidade na entrega dos produtos químicos necessários e fundamentais ao tratamento do líquido. Com os atrasos, a produção de água pode ser reduzida. O Governo do Estado e a Cedae estão em contato com os fornecedores e órgãos competentes a fim de evitar a interrupção.

Alimentos – No Ceasa de São Gonçalo, a greve afetou diretamente o valor dos produtos. Apesar de alegarem um aumento médio em torno de 40%, o que se vê são preços bem maiores. Um saco de 50 quilos de batata, que custava R$80 na última quarta-feira, não era encontrado por menos de R$ 350 ontem. O tomate passou de R$50 para R$180; a cenoura de R$30 para R$100; chuchu, de R$20 para R$80 e o quiabo, de R$40 para R$130.

O empresário Anderson Tinoco contou que recebe, por semana, em seu estabelecimento, o carregamento de 35 caminhões que somam 525 toneladas de alimentos. “Nossa situação é bastante preocupante. Temos compromissos financeiros e, sem abastecimento, vou deixar de atender, mas acho legítimo o protesto”, apontou.

Em nota, a assessoria de imprensa da Ceasa informou que o mercado atacadista funciona de acordo com a oferta e a procura. Se a entrada da oferta do produto diminui, os preços têm a tendência de aumentar e se a oferta aumenta, a tendência é a queda. Como a greve dos caminhoneiros está afetando o abastecimento do mercado, a probabilidade é que os preços dos produtos aumentem.

Abusos – Segundo o Procon, os consumidores que se sentirem lesados com relação aos preços devem fundamentar a sua reclamação com nota fiscal e levá-los a um polo de atendimento do órgão ou entrar em contato pelo 151.

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