Greve na educação da rede municipal de ensino ultrapassa dois meses
Sem acordo, profissionais de educação decidem manter a paralisação
Por: Marcela Freitas
Dois meses após inicio da greve, os profissionais de educação da rede municipal de ensino votaram pela continuidade do movimento em assembleia realizada, na manhã desta terça-feira, no Colégio Municipal Castello Branco. Eles seguem firmes para garantir o cumprimento do pagamento do piso nacional para os professores e do salário mínimo para inspetores e merendeiras.
Na próxima terça-feira (9), uma audiência de conciliação marcada para acontecer às 14h, no Tribunal de Justiça, no centro do Rio, poderá dar novos rumos ao movimento que conta com 70% de adesão da categoria, segundo o núcleo municipal do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-SG).
De acordo com a diretora do Sepe, Beatriz Lugão, o prefeito José Luiz Nanci não cumpriu a palavra, em acordo firmado no Ministério Público, para equiparação do piso nacional, que é de R$ 1.350 para 22 horas de trabalho. Atualmente, o professor que ingressa na rede municipal de ensino recebe R$ 933.
Beatriz disse ainda que, mesmo sem aprovação da categoria, o prefeito decidiu conceder um abono salarial e enviou mensagem à Câmara de Vereadores para que seja votado o reajuste de 12% gradativo e com valor defasado.
“Ele enviou mensagem à Câmara que não nos atende. São 4% em outubro, 4% em janeiro e outros 4% em abril do ano que vem, o que corresponderia ao piso nacional de 2015, que é de R$ 1.045. O valor atual é de R$ 1.350. Vamos fazer o possível para que essa mensagem não seja votada até a audiência que acontece na terça-feira que vem”, disse Beatriz.
Nesta quarta-feira, representantes do Sepe voltam à Câmara para entregar cartas aos vereadores pedindo que a mensagem não seja votada. Na próxima segunda-feira (8), os profissionais de educação se reúnem para confecção de cartazes que serão levados ao ato que acontecerá em frente ao TJ-RJ.
Na terça feira às 12h, o grupo se encontra em frente às barcas, em Niterói, e vai junto à audiência. Na quarta-feira que vem, uma nova assembleia, às 9h, no Colégio Castello Branco, discute os rumos do movimento.
Resposta - A Prefeitura diz "respeitar o direito à greve, embora exista uma liminar judicial determinando o retorno de 80% do quadro funcional de cada unidade educacional, imediatamente. A recomendação do MP foi respondida oportunamente apresentando todas as considerações. O governo também enviou à Câmara dos vereadores um Projeto de Lei, que aguarda votação, que prevê o reajuste em três etapas: 4%, 4,5% e 4%, de forma gradativa e prudente. O governo está estudando formas de por em prática o Plano de Cargos e Salários dos servidores municipais e se mantém aberto ao diálogo para solucionar tais questões com o sindicato".
Servidores da saúde ameaçam parar
Profissionais da rede municipal de saúde de São Gonçalo também podem parar. Com apoio do Sindicato dos Servidores Públicos Efetivos de São Gonçalo (Sindspef-SG), eles realizaram, nesta terça-feira, um ato em frente à sede da Prefeitura, no Centro. Segundo a entidade, os servidores decidiram sobre a paralisação em assembleia realizada no último dia 19.
O movimento reivindica reajuste salarial, pagamento integral das passagens, gratificação por produtividade e retorno de abono.
“Nosso movimento reúne todos os funcionários da saúde, desde o corpo técnico aos médicos. Queremos respeito, e se a Prefeitura não ouvir nossas reivindicações, entraremos em greve”, afirmou o delegado sindical Everton Santos.
Resposta - A Prefeitura de São Gonçalo informou que “a reivindicação sobre os salários, o governo garante estar em negociação e inteiramente sempre aberto ao diálogo. Sobre alegação de perdas de benefícios, ocorreu um problema no sistema, porém já foi solucionado”.