Homem vai a júri popular por feminicídio em Niterói

Por Matheus Merlim

Acusado de assassinar a diarista Michele Ferreira Ventura, de 30 anos, na Ilha da Conceição, em Niterói, Leonardo Bretas Vieira Mendes vai a júri popular para responder pelo crime. Os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negaram recurso da defesa e confirmaram ter se tratado de feminicídio. A vítima foi espancada, inclusive com um pedaço de madeira, no dia 14 de março deste ano, após reagir às cantadas diárias que recebia de Bretas, seu vizinho. Ela morreu quatro meses depois no hospital.

A defesa recorreu contra a decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói, solicitando a exclusão do crime de feminicídio (quando a violência se dá pelo fato da vítima ser do sexo feminino). No entanto, os desembargadores confirmaram a decisão da primeira instância. “No contexto dos autos, encontram-se indicativos da prática de crime em decorrência de uma discussão ocorrida entre o recorrente e a vítima – sua vizinha – perpetradas em razão de menosprezo ao gênero após a mesma repelir as investidas amorosas do homem”, escreveu o desembargador Roberto Távora, relator do processo.

Após ser espancada, Michele lutou pela vida durante quatro meses, período que ficou internada em estado grave no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca. A vítima, que deixou três filhos, foi agredida a pauladas na Travessa Crispim, depois de reclamar dos assédios diários do vizinho.

Leonardo Bretas foi preso, no início de abril, por policiais da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói. Segundo a polícia, após o crime, ele fugiu para Minas Gerais, mas tentou retornar para casa para comemorar o aniversário de um dos filhos. A equipe da delegacia especializada conseguiu capturá-lo na Rodoviária Novo Rio, no Centro do Rio.