Advogada expõe prints de ataques que recebeu dos fãs de Felipe Prior
‘’Vagabunda’’, ‘’Nojenta’’, ‘’Desgraçada’’, foram algumas das palavras direcionadas a advogada da vítima no caso de estupro envolvendo Felipe Prior
A advogada da vítima no caso de estupro que sentenciou Felipe Prior a seis anos de prisão em regime semiaberto, relatou nesta semana, as mensagens e ligações de ódio que recebe dos fãs do acusado. A criminalista Maira Pinheiro relata que chegou a receber 20 ligações anônimas.
Apesar das mensagens serem constantes desde que Prior foi sentenciado, a criminalista relatou ao g1 que os ataques começaram há dois anos, em 2021.
Homem: "Eu quero conversar com você, Maira."
Maira: "Você é parente dele [Felipe Prior]? Quem é você?."
Homem: "Eu sou uma pessoa muito informada, eu sei onde a Themis mora, onde todas as outras meninas moram"
Maira: "Você é da polícia? Alguém te passou?"
Homem: "Eu tenho as minhas fontes. Investigando, normalmente..."
Maira: "Você sabe que está praticando o crime de coação no curso do processo?"
Homem: "Você tá perdendo tempo, eu tenho muitas fontes. [...] Você que sabe..."
Esse foi o diálogo que Maira teve com um anônimo, em uma madrugada de 2021. Na ocasião a advogada recebeu 20 ligações com identidade desconhecida e por não aguentar mais as ligações, resolveu atender.
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Ao longo de três anos e meio de processo, a advogada contou que, em diversos momentos, teve a caixa de entrada das redes sociais lotada com mensagens de ódio e xingamentos feitos por fãs de Prior.
“Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático.”
"Vagabunda, vadia. Esse tipo de palavra. Porque é isso que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide"
garantiu.