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Peça musical comemora mês da mulher retratando vida e obra de Frida Khalo

Em entrevista exclusiva a OSG, protagonista do espetáculo conta como está sendo interpretar figura icônica da arte e da cultura mexicana

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de março de 2024 - 11:18
Temperos de Frida
Temperos de Frida -

Comemorando o mês das mulheres, a vida e a obra da pintora mexicana Frida Kahlo – uma lutadora incansável das causas feministas e pelo empoderamento feminino - serão retratadas no palco teatral em “Temperos de Frida”. A peça musical, contemplada no Edital Funarte Aberta/2023, será apresentada no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio, de 22 a 31 de março, às sextas e sábados, às 19h, e aos domingos, às 18h30.

Junto ao cenário histórico em que ela cresceu, em meio à Revolução Mexicana de 1910, o espetáculo traz a efervescência cultural que inspirou a artista reunindo teatro, narração de histórias e músicas ao vivo. Com uma proposta cênica intimista, tem como pano de fundo o Dia dos Mortos, 02 de novembro, no México. A protagonista Rosana Reátegui, nascida no Peru, é premiada como Melhor Atriz pelo Prêmio de Teatro Para Infância CBTIJ/2022.

O espetáculo foi inspirado na cerimônia para agradecer o destino dos seres humanos vivos e cumprir os tratos com a misteriosa Catrina, a “Dona Morte”, em uma proposta que tem um diálogo direto com a plateia, regada por músicas entoadas ao vivo. A protagonista nos conduz a histórias mescladas com canções mexicanas conhecidas, como “La Llorona”, “La Bruja” e “Cucurrucucu Paloma”, entre outras, todas entoadas pela uruguaia Natalia Sarante (vencedora de Melhor Música com a peça Canções para afastar o medo - contos e acalantos latino-americanos no Prêmio de Teatro Para Infância CBTIJ/2022) acompanhada pelo violão de Luciano Camara.

A máscara de “Catrina” (Dona Morte), utilizada pela personagem principal, foi confeccionada especialmente no Peru pelo artista Paul Colinó Vargas.


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Imagem ilustrativa da imagem Peça musical comemora mês da mulher retratando vida e obra de Frida Khalo

Em entrevista a O SÃO GONÇALO, Rosana Reátegui conta que "interpretar a grande Frida Kahlo foi de muita responsabilidade e também desafio". "Frida é referência feminina pela luta e entrega no Mexico, no Brasil e no mundo inteiro. Então eu como artista migrante peruana, grande admiradora tive primeiro que ler muito sobre ela. Fui atrás de seu diário, biografias, Saber o que falou e onde. Como era o país que essa grande mulher tanto defendeu e retratou. Assim fui no México para conhecer a marcante Casa azul e ver de perto tudo, e com tudo isso me perguntar O que reverberava em mim. Escrever sobre Frida e interpretá-la é também trazer no meu corpo e na minha voz sua relação com vida, amor e morte", comenta a artista.

Para ela, outro grande desafio é não "deixar cair no clichê". "Não cair no lugar superficial. Frida Kahlo está em todas partes e cada vez mais se fala dela. Então minha busca deve ser profunda".

Rosana Reatégui explica, ainda, como a música e a performance teatral se entrelaçam neste espetáculo para transmitir a história e o espírito de Frida Kahlo: "Nas peças que escrevo para o teatro me interessa dialogar com os ritmos e músicas. Para Temperos de Frida cada trecho ou parte da dramaturgia me sugeria uma música do repertório popular latino-americano. Ainda mais sabendo que Frida Kahlo adorava as festas e lotava sua casa de amigos, assim música e performance se entrelaçam pois as duas dialogam revelando novas texturas da história. Também achei importante trazer referências que para o mundo hispano são muito importantes e no Brasil são pouco conhecidas".

Sobre a mensagem ou reflexão que a artista espera que o público leve consigo após assistir a "Temperos de Frida Kahlo", Rosana é explica que "prefere falar de reflexões".

"Como é nossa paixão pela vida? Defendemos nossas buscas? Ou preferimos continuar num lugar morno? Frida é grande porque se jogou. Isso é que reverbera para mim. E também me interessa muito trazer uma temática potente latino-americana", completa.

Serviço:

Datas: 22, 23, 24, 29, 30 e 31 de Março

Dias: Sextas-Feiras, Sábados e Domingos

Horários: 19h (Sextas e Sábados) e 18h30 (Domingos)

Local: Teatro Glauce Rocha (Centro/RJ)

Endereço: Avenida Rio Branco, 179, Centro/RJ (em frente ao Metrô Carioca)

Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/temperos-de-frida/2339094

Valores: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia entrada em casos previstos por lei)

Classificação indicativa: 16 anos

Sinopse:

É a noite de comemoração do Dia dos Mortos. O bar Viva la Vida está aberto para todos e todas que queiram chegar. A dona recebe seus amigos: uma cantora e um violonista que, assim como ela, desejam festejar a vida. No centro do espetáculo, trazidos – em corpo, voz e alma - pela atriz Rosana Reátegui, estão a pintora Frida Kahlo e Catrina, a “Dona Morte”. Frida recebeu inúmeras vezes a visita de Catrina, sua madrinha. Do modo que podia, por sua conta e risco, como boa afilhada, sempre afirmou a vida. No espetáculo, a atriz/dona do bar provoca os espectadores a saberem que também eles são afilhados de “Dona Morte”. E, se é assim, como responder aos convites da madrinha? Será que Catrina pode ser uma espécie de guia para uma vida experimentada em maior entrega e abundância?

A peça musical apresenta uma dramaturgia costurada por três personagens: dona do bar, Frida Kahlo e a Morte Catrina, interpretadas pela atriz peruana Rosana Reátegui, com os trechos marcantes da vida da grande pintora, suas frases emblemáticas e provocadoras, mescladas com músicas mexicanas cantadas ao vivo. Em “Temperos de Frida”, as paixões estão reunidas nos sabores, no canto e na palavra, como elementos de uma potente bruxaria compartilhada com o público. Seja nos boleros que Frida tanto gostava de cantar, nas histórias de grandes e arrebatadores amores ou na entrega profunda para defender sua vida, ela é aquela que viveu significativa e intensamente.

Contamos a vida de Frida e seus encontros com Catrina como se fizéssemos, também a nós, uma provocação: por onde andam os nossos desejos e as nossas intensidades? A Festa dos Mortos, Frida e Catrina estão no nosso bar Viva la Vida, pois, além de tudo, são fortes motivos para a construção de espaços de comunhão e de encontro com uma América Latina amorosa, potente e festiva que insiste e resiste em todas e todos nós. Pois, como afirma Nêgo Bispo, pensador quilombola, “quem não está preparado para a festa, também não está preparado para a guerra”.

Ficha Técnica:

Concepção, Atuação e Dramaturgia: Rosana Reátegui

Direção Artística: Tatiana Motta Lima

Canto: Natalia Sarante

Violonista: Luciano Camara

Direção de Produção: Paty Lopes

Direção Executiva: Edison Corrêa (Eu, Rio!)

Figurinista e Adereços: Francisco Leite

Cenografia: Daniele Geammal / Renato Marques / Francisco Leite

Colaboração Dramatúrgica: Cadu Cinelli

Iluminação: Thiago Monte

Operação de luz e montagem: Renato Marques

Confecção de Máscara da Catrina: Paul Colinó Vargas (Peru)

Preparação de Máscara: Marise Nogueira

Assessoria de Imprensa: Edison Corrêa/Eu, Rio!

Designers: Rodrigo Menezes / Pedro Pessanha

Fotografia: Renato Mangolin

Apoio: CBTIJ e Elabore.kom

Realização: QINTI Companhia

Artistas:

Rosana Reátegui, Protagonista, é atriz, narradora oral, dramaturga e gestora cultural latino-americana. Peruana residente no Rio de Janeiro.

Tatiana Motta Lima, Diretora Artística, é professora associada da Escola de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), atuando na graduação e na pós-graduação.

Natália Sarante, Cantora, é licenciada em Música pela Unirio. Nascida em Montevidéu, Uruguai, foi integrante do Coro da Universidade da República do Uruguai (2001 – 2004)

Luciano Camara, Violonista, é compositor, arranjador e instrumentista carioca que reúne, em sua criação artística, influências da música universal de Hermeto Paschoal. É Diretor Musical e de Violão de Sete Cordas na “Companhia Folclórica do Rio de Janeiro/UFRJ”.

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