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Roseana Murray lança “O braço mágico”, livro idealizado no CTI do Hospital Estadual Alberto Torres

Rosena perdeu um dos braços, ao ser atacada por três cães da raça pitbull, a poucos passos de sua casa em Saquarema, na manhã do dia 5 de abril deste ano

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 10 de agosto de 2024 - 08:53
Contente com o novo livro, Roseana Murray destaca que foi muito bom escrever o texto
Contente com o novo livro, Roseana Murray destaca que foi muito bom escrever o texto -

Quando estava no CTI do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, a poeta Roseana Murray soube da perda de um de seus braços, sequela do terrível acidente que sofreu, ao ser atacada por três cães da raça pitbull, a poucos passos de sua casa em Saquarema, na manhã do dia 5 de abril deste ano. Ela diz que, de início, se sentiu afundar. Em seguida, foi tomada pela ideia de transformar o braço perdido em um braço que tivesse superpoderes e ajudasse as pessoas. Nascia ali seu novo livro, “O braço mágico”, que será lançado neste sábado, 10 de agosto, às 11h, na Janela Livraria do Shopping da Gávea.

No HEAT, a escritora ficou internada por 13 dias e se recuperou de graves lesões provocadas pelo ataque dos cães. O atendimento rápido e multidisciplinar foi fundamental para salvar a vida da paciente. Mesmo com os esforços da equipe médica, a escritora teve seu braço direito amputado.


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“Então, eu tive essa ideia, escrever uma história para crianças em que o braço perdido se tornasse um braço mágico. E os meus netos seriam meus cúmplices”, conta ela, que dedica o livro à equipe do HEAT que a atendeu.

Roseana Murray revela que o atendimento recebido em uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) mudou seu pensamento em relação à saúde pública no país e no estado. “Fiquei impactada com a maravilha que é esse hospital em organização, em eficiência, em afeto”, afirma.

No HEAT, a escritora ficou internada por 13 dias e se recuperou de graves lesões provocadas pelo ataque dos cães
No HEAT, a escritora ficou internada por 13 dias e se recuperou de graves lesões provocadas pelo ataque dos cães |  Foto: Divulgação

“Este livro é para a equipe médica maravilhosa, para a comissão de curativos - as minhas abelhas douradas - para o assessor do hospital, que todos os dias entrava no CTI, no meu quarto, e dizia: ‘Bom dia, minha dama dos cabelos vermelhos!’ E me dava uma injeção de vida”, diz a escritora, agradecida.

Recuperação rápida

Referência em atendimentos de traumas de alta complexidade no estado, o HEAT recebeu, entre janeiro e julho, 36 pacientes atacados por cães de diferentes raças, a maioria crianças transportadas de diversas cidades do estado, como Maricá, Tanguá, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Niterói, além da capital. Em casos mais graves, como o de Roseana Murray, é normal a vítima ficar uma semana intubada, com respiração mecânica.

“Conseguimos retirar o respirador dela em menos de 36 horas. Em dois dias, voltou a comer e, no quarto, já começou a fisioterapia. É mesmo uma recuperação surpreendente”, declarou na época o médico intensivista Matheus Vaz, que a acompanhou. Segundo ele, foi fundamental o atendimento rápido. A escritora, socorrida em Saquarema pelo Corpo de Bombeiros, chegou ao HEAT de helicóptero e foi direto para o centro cirúrgico, onde uma equipe multidisciplinar a esperava, pronta para fazer o atendimento.

“Receber pacientes com mordidas de cachorro não é novidade para a gente, mas nunca com tantas lesões e tão espalhadas pelo corpo. Foram três animais ao mesmo tempo. E a cicatrização dela tem sido melhor e mais rápida do que a média”, disse o cirurgião plástico Leonardo Freitas.

A mágica da poesia

Durante a cirurgia de quatro horas, realizada por sete médicos, os cirurgiões tiveram que tomar a difícil decisão: amputar o braço direito da poeta.

Um braço que, agora, metaforicamente se torna mágico. Contente com o novo livro, Roseana Murray destaca que foi muito bom escrever o texto.

“Os leitores, as crianças que vão entrar em contato com o meu braço mágico vão ter oportunidade de ver que a gente pode transformar dor em poesia, dificuldade em metáfora. E isso ajuda demais a gente”, ensina a poeta.

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