É de São Gonçalo! Banda Lunoz leva rock gonçalense para o Circo Voador
Grupo de rock alternativo vai tocar em show da Supercombo no próximo sábado (19)
Uma das casas de espetáculo mais tradicionais do Rio de Janeiro vai receber uma pequena amostra do som produzido em São Gonçalo no próximo dia 19 de outubro. A banda gonçalense Lunoz sobe aos palcos do Circo Voador para tocar no show da Supercombo, grupo paulista conhecido pela participação no reality show “Superstar”. A apresentação marca mais uma conquista na trajetória da Lunoz, que vem conquistando cada vez mais força na cena local de rock alternativo.
Marcada pela mescla de diferentes sonoridades do rock underground com letras reflexivas, a banda foi idealizada em 2020 e conta com as vozes e guitarra Lucas Michel, o “Rato”, com guitarra solo de Gabriel Costa, a bateria de seu xará Gabriel Dias e as teclas de Marcos Abiraude. Quem deu o pontapé inicial para a formação do grupo foi o vocalista, de 25 anos, que já sonha com o projeto há alguns anos.
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“Sempre foi muito forte esse lance de banda em mim, seja por influência de amigos, da mídia que eu consumia desde pequeno, de um tio que tinha amigo com uma banda de garagem. Foi vindo como uma crescente o sentimento de ter uma banda e aí eu falei: ‘vou fazer a minha’. Fiz as músicas e comecei a procurar a galera. Eu basicamente pilhei a ideia dentro de mim, botei pra frente e fui encontrando os amigos no caminho”, relembra Rato.
O primeiro a se unir a ele na empreitada foi o tecladista Marcos Abiraude, de 30 anos. Ele explica que, apesar de a Lunoz só ter iniciado a trajetória de fato após o início da pandemia, o “coração” já estava no lugar antes mesmo de os integrantes se conhecerem. “Acho que é seguro dizer que a banda meio que já existia antes da gente conhecer o Rato e de ele ter os integrantes. Muitas das letras do primeiro EP, e até mesmo algumas letras que vão entrar no próximo álbum, já tinham sido escritas há muito tempo”, conta Abiraude, que também chegou a ser guitarrista do grupo na fase inicial.
Os dois estão juntos desde a primeira formação e atravessaram juntos o baque deixado pelo período pandêmico na cena artística e as mudanças de integrantes da banda. Mais tarde, chegaram Gabriel Costa, de 28 anos, que também toca na The Wonderful Now, e Gabriel Dias, de 35, da banda Melton Sello. Junto deles, nasceu o primeiro EP, “Sobre Lentes e Contatos”, e, de lá para cá, os palcos e streams nas plataformas de música só cresceram.
Apesar da ascensão, a caminhada nos últimos dois anos foi também marcada por alguns desafios. Além de não ser o estilo musical mais popular nos espaços de apresentação da cidade, o rock tocado pela Lunoz também é autoral - o que, em São Gonçalo, também costuma representar um desafio a mais.
“O principal desafio aqui é a falta de investimento da galera que bota a cena para a frente. Por um lado, é legal você ter um movimento de roqueiros indo para os ‘rolês’, enchendo as casas e bares. Só que eles enchem quando é uma banda cover, tocando o que todo mundo já conhece: um Charlie Brown Jr., NX Zero, Fresno. E os donos dos bares acabam optando por dar prioridade a isso. Aí acaba que não rola um investimento tão forte na cena underground”, desabafa o vocalista.
Essa falta de espaços não acontece por falta de talentos ou de qualidade nos trabalhos independentes, como explica o tecladista. “Temos produtores maravilhosos aqui, gente influente que faz trabalhos impecáveis, pessoas muito talentosas. O que eu acho que falta um pouco é valorização, oportunidades para a gente apresentar nossa arte em São Gonçalo mesmo. Acaba que temos muito mais estúdios abertos a apresentar trabalhos autorais lá por essas áreas de Niterói e Rio”, opina Abiraude.Por conta disso, eventos como o show no Circo Voador representam uma oportunidade de romper com esse ciclo e fortalecer toda a cena local.
“A gente pode fazer um movimento, a partir disso, maior do que a gente já faz e os amigos caminham junto. Tem várias e várias bandas aqui em São Gonçalo que não têm essa oportunidade, mas quando um tem o privilégio de participar, o amigo também vem junto, saca? Quando um tem oportunidade, o outro vai continuar caminhando junto. E daí a gente tem The Wonderful Now, Yuri e os Terráqueos, toda essa galera que tem feito um barulho, mas vai poder estar surfando nessa onda com a gente aí”, destaca Lucas, que, aliás, tem a Supercombo como a principal inspiração para o som da Lunoz.
Agora, o momento é de focar na apresentação e se preparar para a próxima fase, que incluiu a finalização de um clipe do single “Vento”, lançado pela Midas Music em julho, e a gravação do novo álbum.
“Se Deus quiser, 2025 é o ano. A gente tentou em 2024, mas apareceram muitas outras coisas no caminho. A gente está focando aí em, pelo menos, 12 músicas. Não sabemos bem como vamos administrar isso ainda, mas a ideia é conseguir finalizar, gravar tudo e trabalhar um álbum finalmente. E, talvez, antes do álbum a gente tente fazer uma session ou alguma coisa assim, para poder dar um respeito ao nosso [último] EP. A ideia é passar por tudo isso, se despedir do que aconteceu, respeitosamente, e seguir uma próxima fase de um álbum novo”, revela Lucas.
O show de abertura com a Supercombo acontece no próximo sábado (19). Além da Lunoz, também participa a banda Molduras. Dedicado a celebrar os dez anos do disco “Amianto”, o show tem abertura dos portões prevista para começar às 19h, no Circo Voador, Lapa, Rio de Janeiro. A venda de ingressos acontece presencialmente na casa de shows e através do site eventim.