Amigos e familiares se despedem de Yuri Bastos, da Roda Cultural do Alcântara, em velório no Pacheco
Produtor cultural faleceu nesta segunda (21), alguns dias após ser atropelado
Dezenas de familiares e amigos do produtor cultural Yuri Bastos se reuniram no Cemitério do Pacheco, em São Gonçalo, na tarde desta terça-feira (22), para se despedir do jovem, conhecido pelo trabalho à frente da Roda Cultural do Alcântara (RCA). O jovem, que tinha 28 anos, faleceu na madrugada desta segunda (21), pouco mais de uma semana após sofrer um acidente de trânsito.
O velório reuniu colegas e integrantes de movimentos culturais da cidade para uma última homenagem a Yuri. Antes do sepultamento, amigos e familiares aplaudiram. Além do impacto na cena cultural da cidade, o jovem deixa uma marca de gentileza, como enfatizam os familiares.
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“Nós só temos coisas boas para falar sobre o Yuri. Era um garoto extrovertido, que pensava em todos. Mesmo com a simplicidade, ele sempre procurava ajudar. Se ele precisasse tirar até a roupa do corpo para ajudar alguém, acho que ele tirava. E, pelo tanto de pessoas que vieram para o sepultamento, você vê como ele era querido. Como um irmão caçula, era um exemplo de pessoa para mim”, conta a irmã dele, Aline Bastos, de 42 anos.
O produtor cultural foi atropelado no último dia 12 de outubro. Ele chegou a passar pelo centro cirúrgico e teve uma pequena melhora durante a semana, mas voltou a enfrentar complicações e acabou não resistindo aos ferimentos.
“Foram muito difíceis os últimos dias. E vai ser difícil. Vai doer. Agora, nossa família vai se juntar muito para conseguir confortar, principalmente confortar a minha mãe. Vai doer, mas a gente vai conseguir, porque a gente acredita que Deus é fiel”, destaca o irmão mais velho de Yuri, Bruno Flávio Bastos, de 44 anos.
Desde o início da década passada, Yuri se dedicava à organização da Roda Cultural do Alcântara, que reunia artistas e entusiastas da comunidade local para reuniões na Praça Chico Mendes. O evento, que começou em 2011, é conhecido principalmente como um espaço de expressão para a cena de hip-hop local. No entanto, para além das rimas, o movimento também é dedicado a promover outras formas de arte da cultura urbana, como grafite, dança, desenho e poesia.
Segundo os amigos do movimento, esse aspecto abrangente do RCA refletia um pouco do próprio Yuri. “Ele era um menor acolhedor. Ele falava com qualquer pessoa, seja rico, seja pobre. Se tivesse um pão, ele ia dividir com um morador de rua; era o estilo de vida dele. Yuri é insubstituível, tá ligado? E eu acho que isso vai além da cultura que ele representa; ele é insubstituível como ser humano. Ele foi mensageiro para a gente, sempre acreditou que todo mundo merece uma nova chance. Essa mensagem fica”, conta o amigo Ley Nascimento, de 30 anos.
“Ele sempre era, no grupo, o primeiro a ficar feliz e o último a ficar triste. Só de estar perto dele, pela forma como ele recebia e trocava ideia, você já sentia isso. Não tenho como medir palavras sobre a pessoa dele. Nenhum de nós queria estar aqui, mas qualquer pessoa que teve ele próximo da vida não teve só um amigo; teve um irmão, um anjo”, afirma Junior Gin, de 26 anos, outro amigo do jovem.