Curiosidades maricaenses: Você sabia que Maricá possui o primeiro museu particular aberto ao público do estado do Rio de Janeiro?
Localizado em Itaipuaçu, o Gaspena Museum Garage garante uma experiência única e inesquecível para os amantes do automobilismo e objetos antigos
Você sabia que Maricá possui o primeiro museu particular aberto ao público do estado do Rio de Janeiro?
Assim como muitas curiosidades maricaenses, esta não poderia passar em branco, dada a importância histórico-cultural e educacional destes centros de pesquisa e investigação do patrimônio material e imaterial da humanidade.
O termo museu teve sua origem na Grécia antiga, nas palavras gregas ‘Mousa’ e ‘Mouseion’, templo das nove musas, ligadas a diferentes ramos das artes e das ciências, filhas de Zeus e Mnemosine, divindade da memória, sendo locais sagrados, reservados à contemplação e aos estudos científicos.
Os museus são instituições permanentes que se dedicam à preservação, conservação, interpretação e exposição do patrimônio cultural e natural, além de serem locais que possibilitam ações de pesquisa, educação, comunicação e ação cultural. É o espaço ideal para despertar a curiosidade, estimular a reflexão e o debate, promover a socialização e os princípios da cidadania, e colaborar para a preservação da memória cultural de um povo.
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Gaspena Museum Garage
Inaugurado no dia 14 de dezembro deste ano pelo casal Luiz Gaspena Martins de Paiva, historiador e Flávia Souza dos Santos, administradora, após três anos de obra, o Gaspena Museum Bar é o primeiro museu particular do estado do rio de janeiro aberto ao público. Repleto de história e com um ambiente pensado para toda a família, o Museu é palco da grande paixão da vida de Luiz: o automobilismo.
Com carros que vão desde a coleção de miniaturas até os de tamanho real, expostos no salão do Museu, o Gaspena também oferece uma imersão no passado através das mais diversas peças raras [algumas doadas, mas a grande maioria compradas pelo proprietário ao longo dos anos, para acervo próprio] como:
- Ferro de passar roupa a gás;
- O primeiro secador de cabelo, de 1960;
- Máquina de escrever de 1934;
- Máquina de costura de 1914;
- Telégrafo de código Morse que esteve na estação de trem do bairro Alcântara [Luiz o comprou do bisneto de um funcionário que trabalhou na estação]
- A primeira máquina de lavar, de 1940; E muito mais.
"Todas as minhas economias estão aqui dentro, é o meu sonho realizado. Tudo que eu achava que era interessante, comprava e guardava. E aqui quando estávamos fazendo a obra para ser somente uma garagem para os carros, veio a ideia do museu, conversei com a minha esposa, que embarcou nessa ideia e mesmo com muita luta conseguimos chegar até aqui", contou Luiz Gaspena.
"A ideia foi tomando uma proporção maior porque ele tinha muitas coisas, e achava que deveria abrir para o público, porque para ele não adiantava ter tanta coisa e não poder dividir com os outros, até mesmo com crianças, que nem imaginam como eram esses objetos e aqui podem ter esse contato", afirmou Flávia Souza.
Paixão da vida inteira
Luiz se apaixonou pelo automobilismo desde muito jovem, aos 17 anos. Com o passar do tempo e com as experiências vividas, essa paixão foi ganhando força e se tornando mais que um hobby, um estilo de vida.
"O meu primeiro carro foi um Gordini e aquela paixão, que a gente chama no mundo do automobilismo de "bichinho da ferrugem", entrou no sangue e contaminou tudo", afirmou Luiz, que faz parte do Clube Auto Relíquias, em São Gonçalo.
Também amante das miniaturas, Luiz possui uma extensa coleção que vem sendo adquirida desde os anos 1970.
"São muitas variedades, como a coleção de táxis do mundo todo; carros de serviço; carros inesquecíveis do Brasil da década de 60 à 2000; carros do filme 007; carros de filmes de cinema; motos Harley-Davidson carretas e caminhões; jet skis; carros da stock car, junto ao boneco do Ayrton Senna, que não poderia faltar, além de muitas outras coleções", contou o proprietário do Gaspena, que também pinta e monta muitos destes objetos que se tornaram acervo pessoal.
Carros em tamanho real
Além de motos antigas e raras, expostas no salão principal, os carros de tamanho real, conservados e restaurados pelo proprietário também estão expostos no Gaspena e são a grande atração do Museu. Quatro carros estão no acervo do museu:
- Bianco S: Fabricado no Brasil com carroceria de fibra de vidro [Luiz conheceu o italiano Toni Bianco, que deixou sua assinatura no veículo]
"Esse carro estava perto do canal de Itajurú em Cabo Frio, todo podre, sem motor, sem nada, mas eu me apaixonei por ele. Eu tinha uma lambreta restaurada e fiz uma troca com o dono do veículo. Levei sete anos para restaurá-lo", contou Luiz.
- Fiat 147: Modelo raro, de 1979, apelidado no Brasil como "saboneteira"
"Sempre falei para o dono do carro, que era um conhecido, que um dia compraria a picape dele. Muitos anos se passaram e nos reencontramos, ele me procurou e pediu que eu colocasse preço, me deu prioridade na venda. Tive que refazer o carro inteiro, quatro anos de restauração", afirmou.
- Impala 1964: Configuração rara com todos os tons de azul
"Um rapaz quis vender pra mim porque sabia que eu iria restaurar e deixar ele novo, e assim foi. Desmontei ele todo, botei motor novo, restaurei inteiro", contou.
- Impala 1959: Chamado "rabo de peixe" e conhecido no Brasil como "gaivota" e "livro aberto"
"Sempre que passava por Itaboraí eu ficava de olho nesse carro, até que um dia resolvi parar e bater um papo com o proprietário. Ele queria um valor muito alto e eu não tinha condições de pagar na época. Foi quando ele me fez uma proposta, peguei todo o dinheiro da minha poupança, um empréstimo, e comprei. Esse carro também já participou de muitas novelas e especiais da Globo", disse Luiz.
Sonho que se tornou realidade
Tendo como grande inspiração e exemplo o piloto Ayrton Senna [in memoriam], maior personalidade do automobilismo brasileiro, Luiz Gaspena dedicou não somente suas finanças ao amor pelos carros, mas principalmente seu tempo, estudo e apreço.
"Antes da inauguração do Museu eu cheguei a ficar mal, acordava 3h da manhã e não dormia mais, de tanta ansiedade. Fiquei muito emocionado, de poder ver a minha paixão de tantos anos agora nessa realização pessoal que é o Museu. Realizei meu sonho e eternizei o nome da minha família, que é o Gaspena", concluiu Luiz.
Futuro do Gaspena
Tendo os objetos antigos como uma paixão em comum, o casal pretende fazer do Museu um acervo cada vez maiior, com objetos raros que contam a história da sociedade ao longo dos anos.
De acordo com Flávia, algumas novidades serão implementadas no Gaspena Museum no próximo ano, como fotos com revelação instantânea e um estúdio de fotografia com marcação prévia. A visita guiada também já pode ser agendada através do Instagram @gaspenamuseumgarage ou pelo número (21) 99429-9143. Além disso, o bar e restaurante @ochurrasking, que fica no mesmo terreno do Museu, irá servir como um "combo" para os visitantes que, após apreciarem as relíquias, queiram desfrutar de uma boa gastronomia local. O espaço irá funcionar de 16h às 22h, de quarta à domingo.
"Dessa forma a gente consegue proporcionar aos visitantes uma experiência ainda mais completa e personalizada", explicou Flávia Souza.
Serviço:
Local: Rua Capitão Melo, lote 9, quadra 26, em Itaipuaçu, Maricá
Dias e horários de funcionamento: De quarta a domingo, das 10h às 18h
Valor do Ingresso: R$ 10 inteira e R$ 5 meia para pessoas com mais de 60 anos e estudantes com apresentação de carteirinha.