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Com mais de 6 milhões de views, professor carioca se reinventa com conteúdo de humor em Niterói

Conhecido por videoaula, professor de matemática viralizou nas últimas semanas com vídeos sobre Niterói

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 23 de janeiro de 2025 - 19:07
Paulo Pereira se mudou para Niterói em 2021 e viralizou nas últimas semanas com vídeos sobre cotidiano de carioca na cidade
Paulo Pereira se mudou para Niterói em 2021 e viralizou nas últimas semanas com vídeos sobre cotidiano de carioca na cidade -

Após quase dez anos de trajetória na internet com videoaulas de matemática, o professor e diretor de marketing Paulo Pereira viu a repercussão de seu conteúdo nas redes crescer vertiginosamente nos últimos dias. O motivo? Niterói! Morador do município desde 2021, o carioca ultrapassou 6 milhões de visualizações na última semana com um vídeo de humor no Instagram sobre o cotidiano na cidade que dividiu internautas.

Conhecido pelo canal de videoaulas “Equaciona com Paulo Pereira”, Paulo já dedicava os perfis no Insta e no TikTok a conteúdos de entretenimento há algum tempo, mas nenhum de seus outros reels tinha alcançado o sucesso do vídeo de anedotas do cotidiano de um carioca em Niterói, publicado há duas semanas. “Foi uma surpresa. Postei só e viralizou. E aí se misturou com essa ‘guerra’ que a galera tem de Rio com Niterói, acabou ganhando uma proporção de uma forma que eu não esperava”, conta Paulo.


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O vídeo viral brinca com a “guerra” envolvendo o nome do salgado joelho/italiano, com a fama de “Central Park brasileiro” do Campo de São Bento e com a sensação de segurança dos cariocas ao andar pelas ruas da cidade. O último ponto, aliás, foi o que mais repercutiu nos comentários da postagem, com alguns seguidores alegando que a cidade não é tão segura assim.

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“Cria” da Zona Norte do Rio, Paulo explica que a ideia para o vídeo surgiu a partir de uma experiência que teve na Zona Sul de Niterói. “Eu com uma semana aqui lembro de andar na [Rua Ator] Paulo Gustavo ali, desconfiado, com o telefone na bolsa, e ver todo mundo andando com iPhone na mão. Pensei que poderia ser por estar de dia, mas aí à noite, com a rua vazia, vi gente de novo tranquilamente andando com telefone na mão”, explica o professor.

Apesar de reconhecer os problemas de segurança da cidade, ele conta que se sente bem mais seguro aqui do que quando vivia na capital. “Eu sei que Icaraí, para onde a gente veio, é uma área muito boa da cidade, mas a sensação de segurança é muito maior na cidade que no Rio. Pessoal brinca do ‘Fonsequistão’, por exemplo, mas estive lá no Fonseca e, assim, quem mora no Rio tá ‘vacinado’ ali. Minha filha, com treze anos de idade, teve o celular roubado na frente da casa onde a gente morava. E aqui eu vi outra coisa. Não significa que aqui não acontece ou não vai acontecer, mas a sensação é muito maior, muito diferente de onde eu morava, em que a frequência era muito maior”, destaca.

De professor a youtuber

Apesar da identificação com Niterói, Paulo nasceu e cresceu em Parque Anchieta, no Rio. De infância humilde, ele sempre gostou de estudar e se encontrou no universo da educação. “Graças a Deus, nunca passei fome, mas tinham certas dificuldades. Por alguma razão, eu percebi cedo que eu precisava do estudo e que era só esse o caminho para poder mudar de vida”, relembra o professor, que passou em oito concursos públicos e lecionou em diferentes instituições antes de decidir começar a fazer videoaulas para as redes, em 2016.

"Por alguma razão, eu percebi cedo que eu precisava do estudo e que era só esse o caminho para poder mudar de vida", conta professor de matemática
"Por alguma razão, eu percebi cedo que eu precisava do estudo e que era só esse o caminho para poder mudar de vida", conta professor de matemática |  Foto: Enzo Britto

“Eu já dava aula em algumas das melhores matrículas públicas e em grandes instituições no Rio de Janeiro. Eu sentia que já tinha chegado no topo da profissão, não tinha mais o que fazer e queria ir além. Eu queria tentar atingir e ajudar mais pessoas, porque na sala de aula tem aquela limitação física. E a internet foi perfeita para isso”, explica.

Assim nasceu o “Equaciona”, que hoje acumula 1,7 milhões de inscritos e mais de 2 mil vídeos. No meio do caminho, ele também começou seu próprio curso, que mais tarde foi comprado pelo grupo ZeroHum. Foi após se tornar sócio do grupo que ele veio parar em Niterói e começou a explorar outras vocações que ainda não conhecia, como o marketing. 

Hoje, Paulo se divide entre o dia-a-dia de diretor de marketing do ZeroHum, no Centro de Niterói, e os conteúdos que faz para as redes. Inicialmente apenas no YouTube, ele percebeu, durante a pandemia, a necessidade de explorar mais outras redes. Por sugestão da filha adolescente, passou a se dedicar também ao Instagram e ao TikTok, mas esbarrou em um desafio: o popular formato dos vídeos curtos. 

Atualmente, professor concilia produção de conteúdo nas redes com direção de marketing no ZeroHum, em Niterói
Atualmente, professor concilia produção de conteúdo nas redes com direção de marketing no ZeroHum, em Niterói |  Foto: Enzo Britto

“Era muito difícil fazer vídeos de matemática de apenas um minuto. No canal [do YouTube], meus conteúdos eram mais densos, mas no Instagram eu tinha dificuldade de produzir conteúdo. E eu queria aumentar a presença no Instagram, que eu via já que era o futuro dessa coisa toda da internet”, conta. Na tentativa de falar a língua da nova rede, ele começou os conteúdos de humor. 

A partir de situações do cotidiano com a esposa e a filha, ele começou a alternar entre os vídeos de “entretenimento”, como ele chama, e o conteúdo de matemática e educação. Com o sucesso dos últimos vídeos, Paulo não pretende abandonar de vez o conteúdo didático, mas quer reinventar ainda mais o conteúdo e produzir mais vídeos leves de humor que gerem identificação com o público. 

“Eu já fiz tanta matemática, que hoje, o que anima mais é fazer entretenimento, fazer coisas que divirtam e, quem sabe, falar não só de Niterói mas brincar com São Gonçalo, Itaboraí também”, completa Paulo.

"Eu queria tentar atingir e ajudar mais pessoas, porque na sala de aula tem aquela limitação física. E a internet foi perfeita para isso", explica Paulo
"Eu queria tentar atingir e ajudar mais pessoas, porque na sala de aula tem aquela limitação física. E a internet foi perfeita para isso", explica Paulo |  Foto: Enzo Britto

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