777 Partners, dona da SAF do Vasco, é acusada na justiça norte-americana de fraude
Fundo inglês Leadenhall acusa Josh Wander e sócios de fraude e afirma que empresa é "marionete" da A-CAP
O fundo inglês Leadenhall Capital Partners entrou com processo na Justiça dos Estados Unidos, na última sexta-feira (03), contra a 777 Partners, dona do futebol do Vasco. O documento, informado inicialmente pela Bloomberg, mostra que Josh Wander e seus sócio são acusados de fraude.
O documento ainda diz que a Leadenhall acionou a Justiça porque acusa a empresa americana de dar como garantia de empréstimo ativos no valor total de US$ 350 milhões (R$ 1,8 bilhão) que não lhe pertenciam ou que já foram oferecidos como uma garantia para outras empresas. O texto denuncia fraude contábil e um possível esquema de pirâmide, duvidando das finanças da dona da SAF do Vasco desde 2022.
No texto da ação, a Leadenhall afirma: "Wander já admitiu diversas e fundamentais violações do acordo entre as partes - a única questão agora é se a Leadenhall conseguirá recuperar milhões de dólares de prejuízo causado por um castelo de cartas à beira do colapso".
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Um dos pontos principais do documento se refere a empresa americana como uma possível marionete, sendo controlada por outra empresa americana, a A-CAP. Segundo a ação, isso acontece porque o fundo de Josh deve mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,1 bilhões) à A-CAP. Procurada pelo jornal inglês "Financial Times", a A-CAP negou que controle a 777 e classificou as acusações como "infundadas e uma tentativa desesperada da Leadenhall de buscar pagamento da A-CAP ao mesmo tempo em que prejudica os segurados da A-CAP". A 777 Partners não se manifestou sobre a situação.
O Vasco é citado uma vez na ação, quando o fundo inglês afirma que as projeções financeiras da 777 para seus clubes estão fora da realidade. A empresa também administra o Genoa (Itália), o Standard Liège (Bélgica), o Red Star (França), o Melbourne Victory (Austrália) e o Hertha Berlim (Alemanha), além de possuir participação minoritária no Sevilla (Espanha). O grupo tem um acerto para comprar o Everton (Inglaterra), mas o negócio ainda não se concretizou.
No Gigante da Colina, a 777 está em dia com suas obrigações. Em outubro de 2023, houve atraso de alguns dias no pagamento de R$ 110 milhões. O maior aporte de todos, no valor de R$ 270 milhões, está previsto para setembro deste ano. Preocupado com as notícias sobre a saúde financeira da 777, o departamento jurídico do clube associativo notificou a empresa pedindo garantias de que o pagamento será feito na data prevista.
Em 2023, segundo o balanço publicado no último dia 30, a SAF do Vasco teve prejuízo de R$ 123 milhões.