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Ex-árbitro gonçalense depõe na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas

Segundo dados da investigação, é atribuído a Glauber um áudio, em que supostamente, ele reclama do não pagamento de propina

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de maio de 2024 - 09:05
Glauber no jogo Boavista x Serra Macaense
Glauber no jogo Boavista x Serra Macaense -

O ex-árbitro gonçalense Glauber do Amaral Cunha, vai depor na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nesta segunda-feira (13).

Segundo dados da investigação, é atribuído a Glauber um áudio, em que supostamente, ele reclama do não pagamento de propina após ter inventado um pênalti e faltas para influenciar no placar de um jogo.  O depoimento será colhido de forma secreta.

A mídia foi entregue por John Textor, dono da SAF do Botafogo. Não há confirmação de que a voz seja mesmo do ex-árbitro. Por isso o depoimento é tão aguardado. A expectativa é saber se ele irá assumir a autoria ou se trará alguma informação sobre o áudio em questão.


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O presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), confirmou que recebeu um relatório com mais de 180 páginas do empresário John Textor. Segundo Kajuru, Textor falou de jogos do Botafogo e de vários outros times, mostrando imagens e documentos.

Veja a transcrição da gravação

"Eu apitei, pô. Apitei. Entendeu? Deixei de ganhar muito dinheiro também. Mas o que eu podia fazer, eu fiz. Não é fazer loucura, igual eu não fiz. O cavalo passou selado e eu montei nele. Aos 16 minutos eu dei um pênalti "pros" caras. Entendeu? Aquele pênalti 50%? Eu dei, pô. Os caras, porra, bateram o pênalti na trave. E depois eu fiquei dando tudo para os caras. O pênalti que eu dei foi de agarra dentro da área. Depois ninguém se agarrou mais, não teve mais como. E a bola não quis entrar. Dei oito minutos de acréscimo no segundo tempo", diz o áudio atribuído a Glauber.

Ferj fala sobre o ocorrido

"A respeito das informações que apontam ser a voz do árbitro Glauber do Amaral Cunha em áudio entregue pelo CEO da Botafogo SAF, John Textor, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Resultados, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro tem a informar:

1) O áudio em questão passou a ser de conhecimento da Federação de Futebol do Rio de Janeiro através de circulação em redes sociais, não tendo como identificar e comprovar sua origem e ou a veracidade.

2) Guardiã do princípio do jogo limpo e empenhada no combate à manipulação de resultados, materializadas com campanhas e ações concretas, profiláticas e repressivas, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, a partir do conhecimento de tal áudio, ampliou as medidas protetivas mediante dispositivos regulamentares internos , comunicações aos órgãos competentes de apuração e realização de contratos com empresas internacionais e independentes especializadas na identificação de sinais de anormalidades em eventos esportivos, e ainda:

2.1) Imposição ao árbitro para registrar na súmula a marcação de penalidade máxima e respectiva descrição do motivo pelo qual marcou o pênalti, ressaltando que tal procedimento, ao que se tem conhecimento, não é praticado em nenhuma das competições nacionais;

2.2) Extensão do contrato com a Sportradar, empresa líder global em tecnologia esportiva para monitoramento e integridade das competições, com abrangência das partidas de todas as divisões e séries dos campeonatos do Rio de Janeiro (A, A2, B1, B2 e C) sob organização da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, tanto de profissionais quanto da categoria sub 20, contrato esse no mais alto nível de rigor e elementos de busca disponibilizados pela empresa citada, fato não adotado por nenhuma outra federação ou pela própria CBF;

2.3) Contratação de cinegrafistas para filmar os jogos, como forma de um banco de imagens para análise sob os mais variados motivos e objetivos;

2.4) Inclusão nos Regulamentos Específicos das Competições dispositivos mais abrangentes e rigorosos de prevenção e combate à manipulação de resultados.

3) A Federação de Futebol do Rio de Janeiro entende que, por se tratar de áudio de origem duvidosa, sem provas da autoria da declaração e precisa identificação da partida a que se referia, seria imprudente, precipitada e incabível afirmações acusatórias ou condenação, mas tão somente ações internas importantes e impessoais, impeditivas de repetição de semelhante desconformidade, sem expor precipitadamente qualquer pessoa ou instituição. No entanto, dividiu a mensagem com pessoas e instituições, inclusive em Assembleia Geral da CBF, como forma sinalizadora e de alerta, em ocasião que o tema estava sendo abordado.

4) Glauber do Amaral Cunha nunca apitou um jogo da Série A do Campeonato Carioca e, por justificada insuficiência física, técnica e de conhecimentos, foi afastado do quadro de árbitros do Departamento de Arbitragem do Futebol do Rio de Janeiro, não tendo atuado nas temporadas de 2023 e 2024."

Glauber

O gonçalense Glauber é registrado na Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), e estreou nas competições estaduais em 2018.

Além dos trabalhos na arbitragem e como técnico de edificações, também sua profissão, Glauber comandou um projeto de futebol para crianças em uma igreja de São Gonçalo.

Ele deixou de apitar em 2023, quando não passou nos testes físicos e técnicos. A gravação começou a circular no mundo do futebol carioca no fim de 2022 até chegar à Ferj.

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