Carla Prata aposta em visual inédito e ressurge selvagem e irreconhecível em desfile
Com prótese realista, dentes e gestos felinos, a apresentadora trouxe transformação impactante inspirada na onça melânica e hipnotizou a avenida

A noite de 1º de março de 2025 ficará marcada na história de Carla Prata. Para a apresentadora, mãe e apaixonada pelo Carnaval desde a infância, esse momento não foi apenas um desfile, mas um encontro com sua própria essência.
Aos 43 anos, a Carla se viu dentro do que sempre amou, vivendo e respirando o Carnaval, entregando-se de corpo e alma ao que escolheu representar como Rainha de Bateria da Acadêmicos do Tucuruvi.
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Sob o comando do Mestre Serginho e sua bateria Zaca, a Primeira Rainha de Bateria Portadora de Doença Rara, entrou na avenida incorporando a força da onça melânica, um dos elementos centrais do enredo "Assojaba – A Busca pelo Manto", que trouxe para o Sambódromo do Anhembi a história dos povos Tupinambá e a luta pela preservação de seu patrimônio.
A bela surgiu irreconhecível e hipnotizou a avenida, transformando-se em uma verdadeira onça melânica em uma interpretação visceral, que mesclou força, misticismo e teatralidade. Mas para ela, esse momento foi muito além da interpretação. A onça não era apenas um personagem, era um reflexo de sua própria trajetória.
Para além do brilho e da grandiosidade do espetáculo, Carla Prata viveu, em cada segundo na avenida, uma representação fiel da sua própria caminhada. Mulher branca, diagnosticada com uma doença rara, ela precisou enfrentar desafios invisíveis ao longo da vida, lutando para ocupar espaços e superar barreiras que, muitas vezes, não são vistas pelo mundo.
E naqueles 1h03 de desfile, que foram precedidos por meses de estudo, entrega e aprofundamento, ela deu vida não apenas ao enredo da escola, mas à sua própria história de resistência e superação.
"Ontem, eu não apenas desfilei... eu vivi, senti, me transformei! Quando pisei na avenida, não era só eu ali. Era a força da onça, o espírito dos guerreiros, o fogo ancestral que me guiava. Foi mais do que um desfile, foi um ritual de entrega, de alma e coração. Essa noite ficará marcada para sempre em mim... como fogo que nunca se apaga, como o rugido da onça que nunca se cala", destacou Carla em suas redes sociais.
Sua fantasia, totalmente impactante e meticulosamente elaborada, trouxe elementos indígenas e uma fusão de cores vibrantes – laranja, vermelho, preto e dourado – refletindo a imponência do animal selvagem, símbolo de poder, proteção e renascimento. Mas o que fez o público prender a respiração foi a intensidade da caracterização: próteses faciais realistas esculpidas em foam latex moldaram seu rosto com traços ferozes, enquanto dentes felinos projetavam sua transformação para além da fantasia, tornando-a uma verdadeira criatura da selva urbana.
"Olha a máscara da nossa rainha, Carla Prata! Que coisa incrível é essa?", destacou a transmissão da Globo direto da concentração, impressionada com o nível de realismo da caracterização.
Para incorporar a onça com autenticidade, Carla Prata mergulhou em um treinamento intenso com o coreógrafo Renan Banov, estudando gestos, posturas e linguagem corporal animal, transformando cada movimento em uma expressão de força, mistério e imponência. Nada foi por acaso. Cada olhar, cada contração muscular, cada gesto foi planejado para que sua presença na avenida fosse não apenas visualmente impactante, mas sensorialmente arrebatadora.
Mas além do espetáculo, Carla também carrega uma história de força. Primeira Rainha de Bateria portadora de uma doença autoimune rara (Miastenia Gravis), ela desafia os limites do próprio corpo e usa sua voz para conscientizar sobre os desafios que milhares de pessoas enfrentam. E o momento não poderia ser mais simbólico: fevereiro é o Mês das Doenças Raras, um período dedicado à conscientização, incentivo ao diagnóstico precoce e à luta por mais acesso a tratamentos adequados.
Se no Carnaval a onça preta representa poder, superação e resistência, Carla Prata encarna esse espírito na vida real. Sua presença na avenida vai muito além de um desfile: é um grito de coragem, resiliência e reinvenção.
Ela não apenas brilhou como Rainha de Bateria, mas também se tornou um símbolo de força, representando aqueles que lutam diariamente contra desafios invisíveis. Com emoção, entrega e resiliência, ela mostrou que o rugido da onça nunca se cala – ele ecoa na história! Uma verdadeira Rainha que não se curva!
E se a força de Carla Prata já inspira milhares de pessoas, um instante em especial mostrou que, para além da avenida, ela brilha no que mais importa: o coração de quem a ama. No dia do desfile, seu filho – que a viu desfilar pela primeira vez quando criança – estava ali, testemunhando esse momento único. Ao se encontrarem após o desfile, Carla perguntou a ele: "Você gostou?", a resposta veio com a pureza que só o amor verdadeiro carrega: "Mãe, eu gostei foi de te ver muito feliz."