Últimos dias de inscrição para Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica 2021
Com mais de 11 milhões de participantes em sua história, maior olimpíada científica do Brasil será realizada de forma híbrida
Ao observar o céu à noite, você fica curioso sobre como as estrelas se formam, evoluem e morrem? Se interessa sobre buracos negros, big bang e cosmologia? Então, o seu lugar é na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). A edição desse ano, a vigésima quarta, está com as inscrições abertas para as escolas. Realizada em fase única, a olimpíada acontece nos dias 27 e 28 de maio e é voltada para todos os estudantes dos ensinos fundamental e médio.
Escolas públicas e particulares que ainda não participam já podem se cadastrar pelo site www.oba.org.br. O prazo para inscrições de alunos vai até 20 de maio. Já o de escolas ainda não participantes se encerra no dia 15 do mesmo mês. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a prova será aplicada de forma híbrida, ou seja, presencialmente ou remota, por meio de uma plataforma, de acordo com a logística de cada instituição de ensino.
Em 24 anos de existência, a OBA, maior olimpíada científica do país, já superou a marca dos 11 milhões de participantes e distribui anualmente cerca de 50 mil medalhas. A edição de 2020 contou com mais de 440 mil inscritos.
A olimpíada é dividida em quatro níveis - os três primeiros são para alunos do ensino fundamental e o quarto para os do ensino médio - e a prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível.
Os melhores classificados na OBA representam o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2022. E os participantes dessa edição ainda vão concorrer a vagas nas Jornadas Espaciais, que acontecem em São José dos Campos (SP), onde os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.
O objetivo da OBA, de acordo com o Dr. João Batista Garcia Canalle, astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador nacional do evento, é levar “a maior quantidade de informações sobre as ciências espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens”.
Os alunos e os professores podem se preparar para a prova através do aplicativo “Simulado OBA”, disponível para celulares, tablets, e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores. Além disso, também apresenta conteúdos no seu canal no Youtube, “OBA - MOBFOG”. Devido à pandemia, os planetaristas da OBA estão ministrando "sessões de planetários" virtualmente para as escolas, desde que agendadas em obadeolhoceu@gmail.com.
"Queremos promover a disseminação dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa entre professores e alunos, além de mantê-los atualizados", explica o Dr. João Canalle.
MOBFOG
Organizada pela OBA, a 15ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) também está com inscrições abertas. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. Realizada tradicionalmente nas escolas, contará, assim como foi no ano passado, com a opção online, que possibilita o desenvolvimento e lançamento de foguete virtual por meio de uma plataforma.
A MOBFOG tem quatro níveis e é voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram, com a concordância da mesma. As inscrições vão até o dia 20 de maio. O cadastro é único para os dois eventos e deve ser feito pelo site www.oba.org.br.
Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe. Após o dia 28 de maio (data da prova da OBA), a escola deverá informar os alcances dos foguetes junto aos os nomes dos participantes previamente inscritos. No final, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas.
Os alunos do nível 1 (do 1º ao 3º ano do ensino fundamental) lançam foguetes construídos com canudinhos de refrigerantes. Os do nível 2 (do 4º ao 5º ano do fundamental) elaboram foguetes com tubinhos de papel. Já os alunos do nível 3 (do 6º ao 9º ano) constroem foguetes com garrafas PET, mas usam somente água e ar comprimido para lançá-los. Os alunos do ensino médio também fazem foguetes de garrafa PET, mas com um elemento mais complexo, pois têm que usar combustível químico, ou seja, vinagre e bicarbonato de sódio. Durante o trabalho, os participantes aprendem, na prática, a famosa Lei da Física da Ação e Reação, de Isaac Newton. Além de desenvolverem os foguetes, os estudantes terão que construir a base de lançamento. Neste ano, os alunos do ensino médio também poderão optar por construírem um foguete movido com propelente sólido.
No site da OBA, no tópico “Downloads”, encontram-se todos os detalhes para a construção dos projetos, além dos vídeos explicativos. Os resultados serão obtidos por meio das distâncias medidas ao longo da horizontal entre a base de lançamento e o local de chegada dos foguetes.
Organização
A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Paulista (UNIP).
Além de ter crescido, a OBA se multiplicou ao longo dos seus 23 anos. Dentro da olimpíada foi criada a Mostra Brasileira de Foguetes, a MOBFOG, que cresce anualmente com alunos lançando seus foguetes aos céus do Brasil. Mas não é só isso. Também nasceram as Jornadas Espaciais, as Jornadas de Foguetes, os Acampamentos Espaciais e os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREA). Este último, promovido desde 2009, já capacitou cerca de 10 mil professores passando por mais de 80 cidades do país, até mesmo na longínqua Oiapoque, no extremo norte do Amapá. Ele é realizado com parcerias locais e principalmente com recursos obtidos junto ao CNPq.
Outro projeto promovido pela olimpíada é o OBA de Olho no Céu, que leva astronomia para cerca de 25 mil alunos por ano por meio do seu Planetário Digital.