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Gonçalense forma 'trisal' com mais dois companheiros e afirma: ‘O amor existe em suas mais diferentes maneiras’

Conheça Alexandre, Anderson e Lucas, o trisal que completou cinco meses de relacionamento no último dia 8

relogio min de leitura | Escrito por *Matheus Mattos | 12 de junho de 2021 - 11:21
Da esquerda para direita, Alexandre, Lucas e Anderson
Da esquerda para direita, Alexandre, Lucas e Anderson -

No dia dos Namorados deste ano nada mais inovador que falar sobre um 'trisal'. O poliamor tem levantado debates nas redes sociais e gerado muitas dúvidas para as pessoas. O trisal, basicamente, está ligado ao carinho, respeito e vontade de pertencer ao relacionamento, algo bem diferente do que muitos resumem serem apenas relações sexuais. É o caso de Alexandre e Anderson, oriundos de São Gonçalo, e que casaram há 8 anos. Eles conheceram o Lucas no começo deste ano, em janeiro, e começaram, com muito amor e companheirismo, uma relação a três.

“Depois de um ano e meio de conversa, decidimos ocasionalmente colocar alguém para apimentar nossa relação. Conhecemos algumas pessoas, entre elas o Lucas, através de um aplicativo de relacionamento. A conversa nunca partiu para um cunho sexual, o que despertou um interesse mútuo em nos conhecermos. Marcamos o encontro e no dia passamos bastante tempo conversando. O conteúdo e a forma de ver o mundo fez com que as horas passassem mais rápido do que pudéssemos imaginar e dali nasceu um novo e grande amor. Rapidamente Lucas foi sendo inserido em nossas vidas e o que não imaginávamos ser possível, logo começou a soar como uma boa ideia. Propusemos ele em namoro e aí nasceu nossa relação a três, e estamos muito felizes por isso”, contou Alexandre Brum, de 33 anos, sobre o início da jornada nesse relacionamento.

Mesmo com essa relação inovadora, as famílias foram bem abertas e aceitaram muito bem o relacionamento. Apesar desse apoio em casa, a aprovação não é unânime nas redes sociais.

“Por incrível que pareça, a família aceitou muito bem o nosso relacionamento. Na nossa vida pessoal não sofremos preconceitos, muito pelo contrário, somos muito bem acolhidos. No mundo virtual recebemos algumas críticas de pessoas que tentam inviabilizar nosso tipo de relação, muitas vezes com discursos de ódio e opiniões infundadas, mas optamos por não responder. Até porque nossos seguidores já fazem isso por nós”, comentou Anderson Alves, de 38 anos.

Apesar de todo esse ‘match’ inicial, para o trisal se consolidar, eles tiveram que entrar em um acordo e nunca deixaram de usar a melhor ferramenta para se relacionar: a conversa.

“No começo havia ciúmes, foi um processo de adaptação para os três, já que é nossa primeira experiência com esse tipo de relacionamento. Todo dia é um aprendizado novo, mas no início, principalmente, passamos por situações que um casal tradicional não passa. Cada vez que tínhamos um ponto em que um dos três ficava chateado, nos reuníamos e conversávamos. A gente entende que a conversa é fundamental para todos os relacionamentos, mas para um trisal é ainda mais importante, pois uma das partes não deve ser deixada de lado nos assuntos que são debatidos, principalmente aos que tangem o relacionamento, sendo assim sempre que vamos falar sobre qualquer coisa, é essencial a presença de todos. Desde quando decidimos ser um trisal foi importante nunca tratar o Lucas como sendo a terceira pessoa e sim, parte integrante da relação, sem distinção.”

Na perspectiva do 'novo' integrante, Lucas Rocha, de 26 anos, revela que sofreu no início com insegurança, mas que falar sobre a questão e a mudança de atitude dos parceiros resolveu esse incômodo.

“Para mim no começou foi algo muito novo e que me deixou em um processo de insegurança gigantesco. Quando você olha pra um relacionamento já consolidado, pesam muitos medos em relação a ser apenas um brinquedo ou em ser deixado como terceira opção sempre. Mas Alexandre e Anderson sempre tiveram a responsabilidade de me incluir em qualquer coisa que fosse discutido. Tivemos alguns desentendimentos por resolverem assuntos sem mim, mas que foram sendo resolvidos na base da conversa”, falou.

Depois dessa fase, eles se alinharam mais facilmente e a transição de casal para trisal foi feita bem rápida, tendo em vista que possuem gostos, opiniões e valores parecidos. Segundo eles, as diferenças aparecem para se completarem e formarem um belo amor.

Ainda de acordo com o trisal, o poliamor é visto com muitos estereótipos de sexualidade e a realidade é bem diferente. Segundo eles, o amor é o principal componente da relação e existe das mais variadas maneiras.

“O poliamor ainda é tratado com muito tabu e preconceito. Muitas pessoas confundem promiscuidade com poliamor, mas a diferença é bem nítida. Enquanto o primeiro começa, se limita e termina na cama, no ato sexual em si, o poliamor ultrapassa esses limites e o transforma em apenas um fragmento de toda uma relação afetiva, de cumplicidade, de carinho e respeito que é construída entre a gente. Muita gente ainda não está preparada para viver uma relação assim e tudo bem, todos sabem os seus limites, mas ao envelopar e resumir nossa existência a sexo, toda nossa história é ignorada e nosso sentimento colocado como coadjuvante, quando ele na verdade é o protagonista da nossa relação. É o que tentamos mostrar com nossas redes sociais, que o amor existe em suas mais diferentes formas e também merecemos respeito.”

Para o dia dos Namorados deste ano eles não perderam tempo e irão fazer uma viagem para Angra dos Reis, em casa alugada na localidade. Segundo eles, esse programa será para "estarem juntos e se conectar um com o outro" para ter um "descanso merecido".

No tempo vago, os três ainda fazem grandes aparições no Tik Tok, com vídeos e lives, para falar sobre o relacionamento, tirar dúvidas e quebrar alguns tabus sobre o tema, com intuito de mostrar que o poliamor existe e merece respeito. Para quem tiver interesse em acompanhar o conteúdo dos rapazes, basta entrar no link https://namorodetrisal.com.br/.

O trisal
O trisal |  Foto: Reprodução/Instagram
 

*Sob supervisão de Cyntia Fonseca

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