Casal é impedido de tomar vacina no Rio por usar camisas contra Bolsonaro
Idosos foram abordados por um soldado do Bombeiros

Um casal de professores foi impedido de receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira (12). Eles estavam no quartel do Corpo de Bombeiros da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na fila para serem imunizados e usavam camisas de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, quando foram abordados por um solado.
Luiz Carlos, professor de história, de 61 anos e Dirlene Barros de Oliveira, também com 61 anos e professora aposentada, foram ao quartel para tomar a vacina contra a Covid-19 e esperavam para apresentar os documentos de identificação. Em seguida, foram abordados por um soldado, que informou sobre uma ordem do comando na qual pessoas com esse tipo de manifestação não poderiam ser vacinados.
Na vestimenta, a frase escrita dizia "A segunda dose da vacina nos livra da Covid-19. O que nos livrará dos 'Bolsovírus' será o impeachment ou o seu voto em 2022".
Luiz Carlos comentou sobre o caso e disse que quando foram tomar a primeira dose, não passaram por nenhum problema. Para não ficarem sem o imunizante, ele vestiu a camisa do avesso e a esposa Dirlene, tirou a blusa de protesto e ficou com a que vestia por baixo. O Corpo de Bombeiros ainda não se posicionou sobre o acontecido.
“De acordo com o soldado bombeiro que nos comunicou sobre a ordem, que foi muito gentil e educado, a determinação do comando é essa. Há um medo evidente entre os soldados bombeiros envolvidos no processo de vacinação daquela Corporação. As ameaças de inquérito e prisões contra aqueles que descumprirem a ordem devem ser muito enfatizadas pelo comando”, ele complementou “Nos sentimos cerceados em nosso direito à liberdade de expressão e como se estivéssemos retornando aos anos de chumbo”, disse o professor.