Mãe e avó de homem que morreu engasgado em SG estão inconsoláveis, diz tia do rapaz
Ele foi a óbito no último sábado, após se engasgar comendo angu em uma barraquinha
Edinei da Silva Araújo, de apenas 26 anos, morreu no último sábado (24), depois de se engasgar comendo um angu, em uma barraquinha, na Estrada Raul Veiga, no Alcântara, em São Gonçalo. Segundo a família, ele era um menino do bem, que transbordava amor pelos familiares e que deixou sua mãe e avó ‘inconsoláveis’ com a morte repentina.
“Ele era um menino bom, carinhoso, que vivia dizendo pra vozinha dele e pra família que amava a gente.”, contou Valéria Sousa, tia do rapaz.
Ainda segundo os familiares, ele estava em São Gonçalo há somente 20 dias. Edinei era solteiro e morava com a mãe na Paraíba, antes de vir para a cidade metropolitana. A família está devastada com a morte.
“Ele morava com a mãe na Paraíba e tinha uns 20 dias que tinha voltado para o Rio, e estava no Jardim Catarina. Está sendo muito difícil, a mãe está inconsolável e não pôde vir para o enterro porque se encontra internada no sertãozinho na Paraíba. A avó, desde o dia que ele faleceu, não come nada e só dorme com calmante.”, relatou a tia.
Valéria comenta também que acredita que era o momento dele partir, pois ele chegou a engasgar duas vezes na noite do falecimento.
“Ele nunca tinha engasgado antes, mas acho que era a hora dele mesmo, porque segundo o povo que estava lá, ele engasgou a primeira vez e o moço da barraca, com outro rapaz, ajudaram a desengasgar ele. Mas daí ele foi comer novamente e aconteceu.”, contou.
Prevenção e o que fazer nesses casos?
O especialista em prevenção de acidentes, Wesley Pinheiro, conta que esses casos não são recorrentes e expõe a diferença dos engasgos.
“Esses casos são isolados, mas para não acontecer esse tipo de engasgo é preciso mastigar bastante para evitar a obstrução da via aérea superior. Existem dois tipos de engasgo, o parcial e o total. O parcial, por exemplo, a pessoa se engasga com pipoca, mas ela ainda consegue falar, respirar e tossir. Com isso, a pessoa precisa ser estimulada a tossir ou vomitar para colocar aquele alimento para fora.”, iniciou.
Segundo Wesley, o ocorrido se torna mais grave quando ocorre a obstrução total. O especialista ainda explica o que fazer nesses episódios.
“Na obstrução total, que realmente faz o bloqueio da via aérea e impede a respiração é a pior, tendo em vista que faz a pessoa ter queda, desfalecimento, mal súbito e possível trauma na cervical ou na cabeça. Quem tentar fazer ventilação, muita das vezes não consegue, porque o ar não entra nos pulmões, pois ele fica obstruído. Diante disso, deve ser feita a manobra de Heimlich, que você se posiciona por trás da pessoa e pressiona o abdômen dela para que esse objeto seja expelido, para que a pressão interna do abdômen force o objeto a sair pela boca."
"O grande perigo, além da via aérea superior, é a pessoa cair e bater a cabeça ou se machucar. Cada um tem uma reação quando engasga, alguns ficam agressivos, outros em silêncio. O ideal é só chegar por trás da pessoa e fazer a manobra para expelir o alimento. Em caso da pessoa desfalecer em seus braços, tem que ter cuidado para segurar a pessoa que senão o socorrista acaba caindo junto com a vítima. Então se deve utilizar a posição lateral de segurança, que é estabilizar a pessoa debaixo dos braços e ir deitando ela no chão, segurando a cabeça e posicionando de forma lateral, para fazer a pressão na boca do estômago e tirar o objeto.”, finalizou o profissional.
*Estagiário sob supervisão de Thiago Soares