Profissionais da Seeduc, Degase e Faetec receberão auxílio de R$ 3 mil; Sindicato contesta regras para uso do benefício
O auxílio deve ser utilizado para compra de equipamentos que estejam de acordo com as especificações definidas pelo Estado

Os profissionais da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ) receberão uma cota de compensação para despesas tecnológicas. O auxílio no valor de R$ 3 mil tem como objetivo compensar gastos com equipamentos tecnológicos para atividades remotas ou híbridas.
O auxílio deve ser utilizado para a compra de tablets, computadores ou notebooks que estejam de acordo com as especificações definidas pelo Estado na edição extra do Diário de Oficial desta quinta-feira (25). Os profissionais terão ainda que comprovar as despesas depois da compra, segundo regras que ainda serão definidas e divulgadas na segunda-feira (29).
Ainda nesta quinta-feira, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) divulgou uma nota oficial sobre o auxílio tecnológico. Na nota, o sindicato reconhece a importância do auxílio, mas considera como "violência simbólica" todas as regras estabelecidas pela SEEDUC relacionadas ao uso do benefício.
Confira abaixo a nota do SEPE-RJ:
"O auxílio é extremamente importante para os educadores, que tiveram gastos enormes na adequação ao ensino remoto para manutenção de vínculo dos estudantes com a escola, e vem sendo cobrado pelo Sepe como uma das pautas da categoria.
Entretanto, o inciso 2º do artigo 1º e o anexo único do documento, a nosso ver, representam uma imensa violência simbólica contra os profissionais da educação por parte do governo do estado RJ, algo absolutamente revoltante.
O inciso 2º diz o seguinte: “§2º – A concessão referida será destinada à aquisição de tablets, desktops ou notebooks pelos profissionais da SEEDUC-RJ e DEGASE, como instrumento funcional ao exercício administrativo e pedagógico”.
Já o artigo único enumera uma série de especificações técnicas dos aparelhos a serem adquiridos.
Ora, durante um ano e meio, os profissionais da educação utilizaram seus próprios recursos; compraram computadores e celulares novos; equipamentos de iluminação; microfones; caixas de som; utilizaram sua luz; seus dados de internet, dentre outras necessidades, com o objetivo de atender aos estudantes no ensino remoto. E depois disso tudo vem o governo e diz o que pode ou não ser comprado, ignorando todos estes gastos prévios. Gastos estes que poderiam ter sido usados com as despesas normais que se têm no dia a dia, como comida, roupa, lazer, mas que foram todos para o trabalho.
Soma-se a isso os sete anos sem reajuste, o que está asfixiando a categoria financeiramente.
Dizer o que as pessoas têm ou não que comprar é um tapa na cara de todos os profissionais da educação.
A direção do Sepe já está desde cedo buscando contato com a SEEDUC para cobrar que o auxílio tenha um caráter, como diz o título do decreto, de uma verdadeira compensação tecnológica. Ou seja, de um estorno por parte do governo de todo o dinheiro gasto pelos profissionais da educação neste período. Desta forma, não sendo necessário nenhum tipo de comprovação de compra de equipamentos.
Cobraremos, também, que todos os profissionais da educação recebam o auxílio, não apenas os profissionais dentro de sala de aula, na medida em que todos trabalharam remotamente sem qualquer ajuda pecuniária do governo".