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Ambulante morto em frente às Barcas será sepultado nesta tarde (15)

Enterro acontecerá no Cemitério do Maruí

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moares e Daniel Magalhães | 15 de fevereiro de 2022 - 11:05
Após sepultamento será realizado um ato.
Após sepultamento será realizado um ato. -

Será sepultado, nesta terça-feira (15), no Cemitério Maruí, no Barreto, às 15h, o ambulante Iago Macedo, de 21 anos, que foi assassinado por um policial militar à paisana no início da tarde desta segunda-feira (14),enquanto tentava vender balas na bilheteria da estação das Barcas na Praça Arariboia, no Centro de Niterói. Após sepultamento, às 16h, a família estará no ato nas Barcas junto com  a equipe da Secretaria de Direitos Humanos.  

Segundo informações de testemunhas, o policial militar, atirou em Iago após interferir em um desentendimento que o vendedor ambulante estava tendo com um cliente na fila da bilheteria das Barcas. O policial teria atirado no ambulante após achar que ele estaria assaltando o cliente.

"Ele não cometeu crime nenhum, ele estava com uma caixa de bala na mão vendendo e simplesmente ofereceu. Eu não sabia que hoje em dia a gente oferecer bala é um crime, a gente está trabalhando, entendeu? Simplesmente o ser humano não quer comprar o doce, não é obrigado, a gente sempre fala isso. Agora, um homem vir, que nem tava falando com ele, sacar uma arma e tirar a vida de um pai de família, desnecessariamente, que mundo que a gente está vivendo? Isso é uma covardia.", disse Thaís Conceição de Oliveira Santos, a viúva de Iago.

Ainda segundo Thaís, ela e Iago estavam trabalhando com o objetivo de realizar uma festa para a filha que fará aniversário em quatro dias.

"A gente estava planejando a festinha da neném, a gente já tinha pagado o salão e muitas coisas. Ele só desceu pra trabalhar igual diariamente ele desce ", iniciou Thaís. "Ele simplesmente saiu pra trabalhar e comprar as coisinhas para o aniversário da filha dele e não voltou mais, ficou estirado no chão, porque simplesmente um homem vem com uma arma e mata ele. Aí agora minha filha vai fazer dois anos sem pai, com a vida desmoronada.", completou emocionada.

Ainda na segunda-feira (14), o policial e a família de Iago foram levados à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) para prestar depoimento. Além do policial, outro depoimento que poderá ajudar a esclarecer mais o caso é o de enteado de Iago. O adolescente de 14 anos estava perto do padrasto quando o assassinato aconteceu. 

Independente dos depoimentos, Thaís já clama por Justiça e pede para que o policial não fique impune. 

"Eu quero justiça. Eu quero que justiça seja feita, que isso não fique impune e que esse homem seja punido, seja preso, que ele não fique solto, igual quando eu cheguei aqui na delegacia e ele tava solto andando pra lá e pra cá", concluiu.

Em nota, a Polícia Militar relatou outra versão dos fatos:

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, no início da tarde desta segunda-feira (14/2), de acordo com informações preliminares, um policial militar de folga reagiu a uma tentativa de roubo na Praça Arariboia, em frente ao Terminal das Barcas de Niterói.

O militar tentou intervir na ação e um dos envolvidos teria investido contra sua integridade, sendo atingido por disparo de arma de fogo. O ferido não resistiu.

O policial que participou da ação está com um homem, que seria a vítima da tentativa de roubo, prestando depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) já foi acionada e acompanha o caso.

O policiamento foi intensificado na região da ação.”

Esta não é a primeira vez que Iago foi vítima de violência 

Segundo informações, em março de 2019, Iago foi vítima de agressão por parte de seguranças de um shopping em Niterói. A briga teria começado porque Iago estava vendendo doces no local. Os seguranças tentaram impedir a ação do ambulante, porém ele se soltou, exaltado, e um segurança teve que contê-lo com um “mata leão”. 

O caso foi filmado por pessoas que estavam no shopping e pediam que os agentes da segurança deixassem o rapaz em paz para que ele fosse embora. 

Na época, os envolvidos do caso foram afastados do serviço no shopping.

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