Padaria muda nome de bolo 'nega maluca' para 'bolo afrodescendente'
Mudança viralizou após crítica de Sérgio Camargo dizendo que é "mimimi"

A padaria Aveiro, na Zona Sul de São Paulo, comunicou na última quarta-feira (16) que mudou o nome do bolo "nega maluca" para "afrodescendente". Segundo uma publicação divulgada nas redes sociais, o estabelecimento recebeu um ofício do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo, da Associação dos Industriais e do Instituto de Desenvolvimento de Panificação e Confeitaria em meados do ano passado pedindo para que a padaria se atente 'aos novos comportamentos sociais".
"Nomes tradicionais antes vistos com simpatia não são mais aceitos e podem gerar constrangimento e acusações de crime racial, machismo, preconceito. Recomendamos a nossos associados a tomarem cuidado com nomes de produtos que podem ser mal interpretados", disse o comunicado do sindicato à Aveiro. A padaria, por sua vez, disse em suas redes sociais que é um lugar democrático, sem espaço para racismo.
O comunicado também citava outros nomes de doces tradicionais que poderiam ser substituídos, como 'teta de nega', 'língua de sogra' e 'maria mole'. A padaria informou, então, que os produtos serão chamados de 'nhá benta', 'pão doce mole' e 'sorvete mole', respectivamente. O bolo 'nega maluca' vai passar a ser chamado de 'bolo afrodescendente'.
Sérgio Camargo, o presidente da Fundação Palmares, postou uma foto do doce nas redes sociais para ironizar o assunto.
"Querem criminalizar bolos. Isso precisa acabar", escreveu em um primeiro post. "Temos uma relação de afeto com esses doces. Fazem parte das nossas vidas. Basta de tanto mimimi. Ninguém aguenta mais", completou.