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Falta de acessibilidade causa transtornos a morador com deficiência visual de SG

Piso tátil foi construído ao redor de um poste, impossibilitando o uso por quem precisa

relogio min de leitura | Escrito por Daniel Magalhães | 08 de agosto de 2022 - 17:07
Celso, que é deficiente visual, luta por acessibilidade no bairro há quase 20 anos
Celso, que é deficiente visual, luta por acessibilidade no bairro há quase 20 anos -

As obras de pavimentação e calçamento no loteamento Vila Hulda, no Rio do Ouro, em São Gonçalo, foram concluídas neste ano após uma ação judicial movida em 2003 por Celso Pontes, um antigo morador do bairro. No entanto, Celso tem poucos motivos para comemorar. Deficiente visual, Celso também lutou para ter mais acessibilidade e conseguir se locomover com segurança em seu bairro, o que parece ter sido esquecido pela prefeitura.

Com as obras recentemente terminadas, Celso decidiu voltar a andar a pé pelo bairro onde mora e lutou por melhorias. Algumas das implementações pelas quais ele batalhou na Justiça foram rampas de acessibilidade e piso tátil para pessoas com deficiência visual. O problema é que o piso não foi muito bem colocado e tem trazido dores de cabeça para Celso e também outros moradores.

Os problemas no meio do caminho do senhor Celso estão especificamente nas ruas Antônio Estevão e Hamilton José dos Santos. Em um dos endereços, o problema é que tem um montante de areia no meio da calçada, em cima do pavimento tátil, bloqueando a passagem de Celso. Em outra rua, o problema é que há um poste de energia no meio do piso tátil. Certo dia, dando uma volta no bairro, o senhor de 73 anos, acabou dando de cara no poste enquanto andava pela superfície tátil.

"Eu comecei a andar a pé hoje de novo pelo bairro com a obra terminada. Mas estava andando pelo piso tátil e dei de cara com um poste. É um absurdo. Eu consigo tirar isso do caminho? Não consigo. Sigo tentando com a companhia de luz e a prefeitura", disse o idoso.

O idoso disse que já tentou entrar em contato com a Enel e também com a Prefeitura, mas diz que nada está sendo feito para melhorar a situação, além do mais, conta que não está sendo bem tratado quando procura atendimento para reivindicar as melhorias onde mora.

"Eu já liguei e procurei atendimento na companhia de luz e na Prefeitura, mas não fazem nada, não tem nenhuma perspectiva de mudança. Eles podem me achar chato, mas eu não vou desistir de lutar pelo meu bairro, pelos meus direitos como cidadão", disse Celso, que também conta que pediu outras adições importantes para melhorar a segurança do bairro, mas também foi ignorado.

Inúmeros problemas atrapalham o caminho do senhor Celso Pontes
Inúmeros problemas atrapalham o caminho do senhor Celso Pontes |  Foto: Arquivo Pessoal
 

"Eu também pedi para que instalassem placas de sinalização educativas, como as de 'Proibido estacionar', pedi também para que colocassem uma rotatória aqui no bairro para melhorar o tráfego e evitar acidentes, mas nada foi atendido. Não fizeram a rotatória e já teve acidente aqui dentro, teve atropelamento. A obra está totalmente inacabada", completou.

O problema, que persiste há quase 20 anos, tem se transformado em um verdadeiro cansaço para o senhor de 73 anos. "Me sinto desprezado pelo poder público, não me sinto nem um pouco bem, muito cansado. É uma sensação muito ruim", finalizou.

A Enel Distribuição Rio informa que a rede de distribuição nas ruas Antônio Estevão e Hamilton José dos Santos, no bairro Rio do Ouro, já existia antes da realização da obra da prefeitura. A companhia esclarece que o município deveria ter solicitado o deslocamento da rede antes de executar o projeto de pavimento tátil. Caso deseje prosseguir com o deslocamento da rede, a prefeitura deverá proceder com a solicitação formal junto à distribuidora. A Enel Rio, neste caso, desenvolverá projeto e orçamento, que serão apresentados ao município. Após aceite e pagamento dos custos, o prazo de execução é de 90 dias.

Questionada, a Prefeitura de São Gonçalo não se posicionou até o momento.

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