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Gabriel Monteiro diz que cassação vai levá-lo “a caminho da cadeira elétrica”

O acusado havia deixado a PM em 2020 para assumir a vaga vereador do Rio pelo PSD

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 19 de agosto de 2022 - 22:08
Gabriel Monteiro foi cassado
Gabriel Monteiro foi cassado -

O vereador Gabriel Monteiro (PL) teve cassação aprovada ontem (18) na Câmara Municipal do Rio com 48 votos a favor e 2 contra. Ele, que foi acusado de assédio e de filmar relação sexual com uma jovem de 15 anos, afirmou na sessão estar “no caminho da cadeira elétrica”.

“Tirar meu mandato, senhores, é decretar, para mim, para a minha honra, para a minha moral, a minha morte”, disse Monteiro, antes da votação. “Estou no caminho da cadeira elétrica, do apedrejamento, de poder ficar impedido de fiscalizar, de trabalhar, de engrandecer o Legislativo por dez anos. De perder 60 mil votos, aproximadamente, com um pouco mais de um ano de mandato. Eu não tenho um coração ruim, eu tento fazer o bem.”, completou. 

O único ausente presente foi o Carlos Bolsonaro (Republicanos), que estava de licença para cuidar da campanha do pai. O primeiro a discursar, após a abertura da sessão, foi o vereador Chico Alencar (PSOL), autor do relatório que pediu a cassação. “Qualquer abuso contra crianças e mulheres é inaceitável. Quem é ético não mata, não estupra, não ofende. Ele (Monteiro) tem o dever de agir com conduta dentro e fora do parlamento, com moralidade e ética”, disse. 

Na tribuna, alguns vereadores contaram um pouco dos próprios motivos para condenar as atitudes de Monteiro. Felipe Michel (Progressistas), por exemplo, lembrou o caso da filha de 25 anos, que foi vítima de tentativa de estupro por parte de um amigo quando entrou para a faculdade. “Minha filha teve um sério problema de saúde mental por isso. Tenho duas filhas e uma mulher. Gosto do vereador Gabriel Monteiro, mas essa situação é insustentável.”, frisou. 

Ao defender a cassação, Thais Ferreira (PSOL), presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara, revelou em discurso que sofreu violência sexual quando criança: “Na minha primeira infância, fui abusada sexualmente. Se a família falha, o Estado não pode falhar”.

A sessão que definiu o destino de Monteiro teve início às 16h. Foram liberados 120 lugares nas galerias e os grupos contrários e favoráveis ao vereador foram divididos. O público barulhento interrompeu várias vezes as falas.

Durante o pronunciamento da vereadora Laura Carneiro (PSD), um defensor de Monteiro que estava nas galerias gritou no meio da sessão. A alegação era que a menina de 12 anos e sua mãe, citadas no processo disciplinar, estavam acompanhando a sessão. De acordo com a denúncia, a garota passava de sete a nove horas nas ruas sem se alimentar. O que não pode ser verdade, já que ela frequentava a escola. 

Além deste caso, o processo ético na Câmara analisou um vídeo em que o vereador aparece acariciando o pescoço de uma menina de 10 anos. Em outro, um segurança do vereador aparece agredindo um morador de rua, que teria sido “contratado” para simular ser assaltante. Monteiro também é acusado de assédio por ex-funcionários de seu gabinete parlamentar. Uma das provas mais contundentes foi a gravação da relação sexual que ele manteve com uma adolescente de 15 anos, o que é crime. A Polícia Civil apura ainda denúncias de estupro contra o político, mas esses casos não foram abordados pelo Legislativo

Eleito suplente pelo PSD nas eleições de 2020 com 7.086 votos, Matheus Floriano assumirá a cadeira de Monteiro. Floriano foi vereador de abril de 2019 a maio de 2020. 

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