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Beija Flor propõe revisionismo histórico em enredo sobre os "excluídos" da Independência do Brasil

Vitória de população oprimida nos tempos coloniais durante Independência da Bahia inspirou desfile da escola de Nilópolis

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 21 de fevereiro de 2023 - 04:59
Beija-Flor levantou o público com sua apresentação
Beija-Flor levantou o público com sua apresentação -

O 2 de julho de 1823, data da Independência da Bahia, se transformou no novo aniversário da nação durante o desfile da Beija Flor de Nilópolis, na madrugada desta terça-feira (21/02). A penúltima escola do Grupo Especial a desfilar na Sapucaí fez um exercício de revisionismo histórico com o enredo "Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência".

Antes do desfile, no entanto, um grande susto. Um incêndio em parte do carro abre-alas assustou os componentes. As chamas, porém, foram controladas rapidamente.

A proposta do projeto idealizado pelos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues foi deixar um pouco de lado o grito do Ipiranga de Dom Pedro para recuperar uma vitória popular que aconteceu menos de um ano depois, no Nordeste, quando negros escravizados, nativos indígenas e mulheres participaram de um levante popular contra a opressão dos colonizadores europeus na Bahia.

Para além de uma provocação, a proposta da escola, segundo os organizadores do desfile, foi de revisitar a história do país sob uma ótica anti-imperialista, para pensar em possibilidades de enxergar uma identidade nacional a partir disso. Inspirada por esse movimento, a escola apresentou, em uma de suas alegorias, uma nova bandeira do Brasil, que abre mão do "Ordem e Progresso" e trazia os dízeres "Um novo nascimento para o Brasil", sendo feita pelas mãos de uma mulher negra.

Na bateria, reinou a nilopolitana Lorena Raissa, que faz sua estreia na função com apenas 15 anos e deve continuar guiando a escola como musa pelos próximos 10 anos. Entre as celebridades que desfilaram, estiveram os atores Giovanna Lancellotti e Babu Santana. Outra novidade neste ano, é que, além da voz marcante do célebre Neguinho da Beija Flor, a escola contou com o timbre da cantora Ludmilla, que estreou como intérprete do samba-enredo.

Ficha técnica:

Presidente de Honra: Aniz Abrahão David

Presidente: Almir Reis Carnavalescos: Alexandre Louzada e André Rodrigues Diretor de Carnaval: Dudu Azevedo Samba de autoria de Léo do Piso, Beto Nega, Manolo, Diego Oliveira, Julio Assis e Diogo Rosa Intérpretes: Neguinho da Beija-Flor e Ludmilla Mestres de Bateria: Rodney e Plínio Rainha de Bateria: Lorena Raissa Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso

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