Torcida da Porto da Pedra se reúne para acompanhar apuração da Série Ouro; "coração está a mil"
Desfilantes, torcedores e moradores da região têm certeza de vitória da escola gonçalense
Começa daqui há alguns minutos a apuração dos desfiles de escolas de samba da Série Ouro em 2023. Enquanto o resultado final não sai lá na Sapucaí, gonçalenses e torcedores da Unidos do Porto da Pedra se reuniram na quadra da agremiação, no Porto da Pedra, para acompanharem juntos à contagem de votos.
Antes mesmo das primeiras notas começarem a sair, já há uma certeza na boca de qualquer um dos presentes na quadra: a escola de samba gonçalense vai ser campeã da categoria e volta ao Grupo Especial ano que vem. A agremiação está na Série Ouro desde 2013, e tenta voltar a representar São Gonçalo na categoria principal com o enredo 'A Invenção da Amazônia', desfilado na madrugada do último domingo (19/01).
"Coração está a mil. Vamos ser campeões em 2023. Ano que vem estaremos no especial se Deus quiser, e Ele quer. Foi maravilhoso o desfile, não tivemos nenhuma falha", conta a aposentada Luzia das Graças, de 63 anos. Ela, que já desfila na primeira ala a 15 anos, acha que qualquer resultado diferente de uma vitória será uma surpresa.
Outro que também tem certeza absoluta da conquista é Italo Adriel, de 28 anos, que desfilou pela primeira vez pela escola, na ala dos "olhos do tigre". Só a experiência de passar pelo Sambódromo já foi, para ele, uma vitória. "Foi meu primeiro ano desfilando. Fiquei na ala dos olhos do Tigre. Amei a experiência. Tive dor nas costas? Tive. Mas foi muito bom, no final de tudo isso poder prestigiar a escola de perto. Foi muito tempo se preparando, desde o início do ano. E quando chegou no dia, valeu tudo a pena", celebrou o jovem.
Ele não esconde, também, que bateu um nervosismo na hora de entrar com a escola. Na opinião de sua amiga Suellen Batista, de 31 anos, essa ansiedade é normal; ela, que está na escola desde os 7 anos e participa da harmonia desde os 16, também fica ansiosa toda vez que vai representar a escola. "Todo Carnaval é diferente, mas quando a sirene toca o frio na barriga é o mesmo, parece que é a primeira vez que você pisa no sambódromo", admite.
Apesar da tensão e das correrias, ela saiu orgulhosa do trabalho, digno de uma recompensa com a apuração dos votos. "Vou te falar, na hora foi bem tenso. A gente estava há um ano se preparando preparando, fazendo todo aquele trabalho. Se eu te falar que não teve estresse vou estar mentindo. Mas na hora nós mostramos lá o que fizemos o ano todo. Agora é levantar a taça e voltar para onde nunca deveríamos ter saído, no grupo especial", conta.
Mesmo quem ainda não tem a experiência de anos dela também compareceu na quadra. É o caso da pequena Gabriela Custódio, de 6 anos, que, apesar das poucas palavras, já chegou a quadra junto com várias outras crianças para representar a torcida mirim da escola. Sua mãe Rafaela Custódio, de 32, conta que a paixão pela escola é uma das heranças que quer deixar para a pequena.
A moradora do Porto da Pedra não conseguiu comparecer à Sapucaí esse ano justamente por conta das demandas domésticas. Mesmo assim, ela aprovou o trabalho da agremiação e também está certa de um resultado positivo. "Torço há muitos anos, já desfilei. Esse ano não deu por causa das crianças. Vi pela televisão. Mas estou muito confiante. Estava linda a escola", compartilha.