Dia do consumidor: como está o comportamento dos compradores no pós pandemia?
Os comerciantes têm tido dificuldade em perceber melhoras nas vendas
Criado em 1985, o Dia do Consumidor é uma data mundial que busca estimular as compras em lojas em uma época não muito movimentada para o mercado. Mas, se em outros anos a data já se mostrava importante, com a economia voltando a se estabilizar sem novas ondas de Covid-19, o dia 15 de março ficou ainda mais especial.
Por isso, O SÃO GONÇALO conversou com consumidores e comerciantes para entender como anda o comportamento dos compradores após a pandemia.
A gonçalense Mariana Rodrigues está desempregada e explica que o consumo na sua residência mudou muito após a piora na economia e o isolamento social e que, desde então, não se recuperou. Com as dificuldades financeiras, a saída tem sido resolver os gastos no cartão de crédito.
“As compras extras são muito raras porque sobra pouco dinheiro. Buscamos sempre ir em lugares de atacado. Nessas e em outras compras, parcelamos tudo no crédito para evitar o impacto do valor cheio”, explica.
O pagamento no crédito, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas faz parte de 57% dos meios de pagamento mais utilizados no país. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Gonçalo, Mário Santos, aponta que, mesmo com a introdução do Pix, o parcelamento ainda é o mais comum entre os consumidores da cidade.
Para ele, o comércio ainda não se recuperou após a pandemia e a melhora tem acontecido desde o último ano, mas de forma lenta e gradual.
Os comerciantes, no entanto, têm tido dificuldade em perceber melhoras nas vendas.
Angélica Sousa, dona de uma loja de roupas na Rua da Feira, uma das principais ruas comerciais em Alcântara, conta que as vendas on-line aumentaram, mas que não sentiu diferença com a estabilização comercial no pós-pandemia.
“No todo, ainda não houve um aquecimento pós pandemia, está tudo muito morno ainda. Por enquanto, lutamos com promoções, colocando sempre preços melhores para ver se aparece alguma melhora”, conta.
Baixe aqui a cartilha da OAB-RJ sobre direitos dos consumidores
Compra de bens duráveis
A compra de bens de consumo duráveis, como automóveis, televisores, geladeiras, entre outros, também diminuiu com a desaceleração econômica. Segundo dados da FGV, a venda desses produtos em 2022 ficou 9,3% abaixo do nível pré pandemia.
Em um ano, os bens de consumo duráveis ficaram 12,02% mais caros. As altas de preços mais relevantes foram as dos automóveis, motocicletas, refrigeradores, máquina de lavar, móveis de madeira, fogões e eletroportáteis, entre outros, aponta o Índice de Preços ao Produtor (IPP), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apura a inflação da indústria.
“As compras desses bens ficaram quase escassas, a gente só compra quando tem a necessidade de comprar porque estragou ou coisa do tipo”, conta a gonçalense Mariana.
Vendas On-line
As plataformas digitais de infoprodutos têm se mostrado uma tendência com presença cada vez mais significativa no mercado brasileiro e também bastante atrativa para empreendedores que desejam comercializar seus produtos e serviços por meio de uma plataforma virtual. Um estudo realizado pela empresa inglesa Retail X mostrou que as receitas das vendas on-line no Brasil durante o ano de 2022 cresceram em US$ 8,1 bilhões quando comparado com 2021.
Esse dado demonstra que a tendência do comércio digital é aumentar cada vez mais, e em março, mais especificamente no dia 15, é celebrado o Dia do Consumidor, data importante para o mercado como um todo, que vê as compras aquecerem em todo o país, principalmente no âmbito digital.
No entanto, descontos durante a efeméride não são a única estratégia que os empreendedores devem utilizar para consolidar sua presença no mercado digital e alavancar as vendas. O foco do negócio deve estar sempre em entender as dores que os consumidores apresentam e de qual forma eles estão se comportando, é o que afirma Evelin Laura Soares Ferreira Alberto, Coordenadora de Qualidade e Melhoria contínua da eNotas, solução tecnológica da Hotmart Company que automatiza 100% do fluxo de emissão de NF-e em qualquer cidade do Brasil.
Para Evelin, o comportamento do consumidor é algo que está em constante mudança, porém, a maioria das transformações apresentadas nesse aspecto faz com que o cliente se aproxime cada vez mais do âmbito digital. “As pessoas quando precisam comprar alguma coisa buscam se informar em ferramentas de pesquisa ou até mesmo redes sociais. Enquanto pesquisam, têm a possibilidade de abrir uma nova aba e colocar o produto no carrinho, então é algo muito dinâmico”, comenta a coordenadora.
Por conta do imediatismo do processo, é importante fazer com que a presença do negócio reverbere no ambiente digital, seja por meio de técnicas de SEO (do inglês otimização para motores de busca), ou por manter uma frequência regular nas redes sociais, estabelecendo um canal de comunicação ativo com o cliente.
“O cliente cada vez mais busca o sentimento de pertencimento durante a jornada de compra, por isso é essencial que os vendedores mantenham um canal de contato e que saibam a maneira correta de abordar e comunicar sua mensagem para o seu público. Dessa forma, é possível, por meio da fidelização, construir uma base consistente de clientes para o negócio”, diz.
Ao otimizar processos, os empreendedores também conseguem dedicar a maior parte de seus esforços para buscarem soluções que alavanquem as vendas, como, por exemplo, se dedicar mais ao atendimento e à melhoria e qualidade de seus produtos e serviços.
A eNotas tem como propósito oferecer mais liberdade aos empreendedores e companhias que querem focar exclusivamente em seus negócios enquanto a startup mineira cuida da emissão de suas notas fiscais. A empresa tem conquistado notoriedade no mercado com uma solução que integra o processo de emissão das NF-e com Prefeituras e Secretarias da Fazenda.
*Sob supervisão de Cyntia Fonseca