Pais e quatro filhos vítimas de acidente em Magé são enterrados em São Gonçalo
Os dois filhos adolescentes do casal seguem internados em estado grave
"Foi uma fatalidade. Aqui estão os corpos do meu filho, minha nora e quatro dos meus netos. Outros dois netos estão no hospital em estado gravíssimo, e se Deus me der a dádiva deles permanecerem vivos nós vamos criar, como nossos filhos". A explicação emocionada, no Cemitério Parque de Nicteroy, é de Jaú Lima Corrêa, de 60 anos, pai de Jhonatan Guimarães Corrêa, de 35 anos, que perdeu a vida, junto com sua esposa e quatro de seus filhos, crianças, num acidente de carro, no último sábado (18), na Rodovia BR-493, na altura de Magé.
Jhonatan estava no seu veículo junto com a esposa Leticia Gabrielle Fernandes de Lima, de 32 anos, e os seis filhos do casal. Larissa Lima Corrêa, de 2 anos, Enzo Gabriell Lima Corrêa, de 4 anos, Isaque Lima Corrêa, de 8 anos, e Gabrielle Lima Corrêa, de 10 anos, faleceram junto com os pais. Cristhiam Lima Corrêa, de 16 anos, e Guilherme Lima Corrêa, de 14 anos, estão em estado gravíssimo no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, e no Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), no Colubandê, em São Gonçalo, respectivamente.
A colisão frontal contra a carreta aconteceu por volta das 12h49 e matou na hora os dois adultos e três das crianças. A caçula de dois anos chegou a ser socorrida, mas morreu no final da tarde no HEAT. O acidente aconteceu no momento em que a família, que há cerca de 2 anos estava morando em Magé, seguia para Niterói, onde comemoraria o aniversário da sobrinha. A família, que é de São Gonçalo, no Laranjal, foi morar em Magé por conta do trabalho do Jhonatan, que era empreiteiro.
"Ele foi chamado para trabalhar numa empresa lá. E ficou um tempo indo e voltando, mas há quase dois anos levou a esposa e os filhos para ele não ficar pegando a estrada sempre. No sábado eles estavam vindo para a casa da irmã, em Niterói ", contou Valéria de Assis Corrêa, mãe de Jhonatan.
A matriarca da família contou ainda que o coração de mãe sentiu que algo estava errado. "Eles não chegaram na comemoração e eu estranhei. A gente ligou e o telefone só chamava. A noite eu vi uma matéria na internet, não tinha nome de ninguém, mas eu senti no meu coração que eram eles. Aí fomos no hospital e eu vi meu neto. Ele estava tão machucado que eu reconheci pela pinta que ele tem", contou a mulher bastante emocionada.
Apesar da dor de perder seis pessoas da família e de ter que enterrar um filho, o casal explicou como estavam conseguindo se manter de pé. "Nossa força vem de Deus. A gente tem hora firme e hora caindo, mas se não fossemos evangélicos e não entendêssemos que eles estão num lugar muito melhor seria ainda mais difícil", contou Jaú, que também foi responsável pela liberação e trâmites para o enterro da nora, que não tem pais.
Acompanhados do pastor da igreja que frequentam, o casal chegou ao cemitério bem cedo, mas o sepultamento da família terá início apenas às 15h, desta segunda-feira (20). Ao verem os seis caixões com as vítimas, o casal se desesperou e precisou ser amparado.