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Racismo religioso x Intolerância Religiosa: qual a diferença?

O SÃO GONÇALO conversou com uma especialista no assunto para esclarecer o que distingue as práticas preconceituosas

relogio min de leitura | Escrito por Maria Clara Machado | 25 de março de 2023 - 14:43
Participantes do BBB protagonizaram embate polêmico sobre o tema
Participantes do BBB protagonizaram embate polêmico sobre o tema -

O último comentário da ex-BBB Key Alves, afirmando que seu comentário a respeito da religião de matriz africana de Fred Nicácio não foi racismo, mas intolerância, trouxe à tona uma discussão nas redes sobre a diferença entre as duas denominações.

O SÃO GONÇALO conversou com uma especialista no assunto para esclarecer o que distingue as duas práticas preconceituosas.

Intolerância religiosa é configurada como o crime de preconceito contra religiões e pode acontecer com qualquer forma de expressão religiosa. No entanto, o maior número de casos de intolerância no Brasil acontecem contra práticas de matriz africana.

Já o racismo religioso, é configurado pela intolerância diretamente com religiões de matriz africana.  A psicóloga Daiane de Souza Mello explica que essa distinção entre as duas práticas preconceituosas é necessária no Brasil, já que o país tem um visão embasada pelo racismo em relação às coisas que vêm da cultura negra.

“A prática da intolerância contra religiões de matriz africana vêm desse lugar de que coisas de origem africana são inferiores, são demoníacas ou trazem energias negativas”, explica.

Por isso, o comentário de Key Alves se caracteriza como racismo religiosos, já que estava diretamente relacionado ao racismo estrutural contra a Ifá, religião de Fred Nicácio .

A especialista afirma ainda que o legado dessas religiões acaba sendo apagado, já que muitos dos praticantes têm medo de realizar suas expressões religiosas, pelo risco de violência e repressão.

Atualmente, a Lei 14.532, sancionada neste ano, criminaliza o ataque ou fechamento de templos religiosos e prevê pena para racismo religioso.

*Sob supervisão de Cyntia Fonseca

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