Daniel Cravinhos diz que não se envolveria com Suzane von Richthofen se pudesse voltar no tempo
Condenado pelo assassinato do casal von Richthofen atualmente se apresenta como Daniel Bento

Condenado a 39 anos de prisão, Daniel Bento, ex-Cravinhos, concedeu entrevista a um jornalista e rompeu o silêncio sobre o caso von Richthofen. Ao lado de Suzane von Richthofen e do seu irmão, Cristian Cravinhos, ele foi um dos responsáveis por um dos assassinatos que comoveram o Brasil.
Cumprindo sua pena em regime aberto, Daniel falou com o jornalista Ullisses Campbell. Na entrevista, ele revelou que se pudesse voltar no tempo não teria se envolvido com a ex-namorada, filha de Manfred e a Marísia, mortos em 2002.
"Não me envolveria com a Suzane, não chamaria o meu irmão para o buraco. Não me deixaria levar pela manipulação… Mudaria todas as minhas atitudes", respondeu em pergunta sobre o que não faria mais.
O condenado também falou que caso encontrasse Suzane na rua não teria mais nada para falar com ela, pois a história dos dois acabou em dia 31 de outubro de 2002, dia em que cometeram o crime.
"Agora, ela [Suzane] é vítima de si mesma. Antes, tinha muita mágoa, raiva e tudo mais. No entanto, percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava esses sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria 'boa sorte na sua caminhada'. E mudaria de calçada", revelou.
Segundo Daniel, a ideia de cometer o assassinato dos pais foi da própria filha, porém ele não se exime da responsabilidade. O que ele lamenta é ter envolvido seu irmão Cristian, que, de acordo com ele, "tentou melar o plano várias vezes".
Atualmente, o ex-namorado de Suzane trabalha com motovelocidade, algo que ele sonhava desde criança. Ele conta que a rede de apoio que fez quando saiu da cadeia o ajudou muito no processo de ressocialização e que graças a essas pessoas ele conseguiu virar piloto, customizador de motos e designer.
Sobre a sua ressocialização, ele diz que uma das partes mais difíceis é o afastamento de seus antigos amigos. "Com o tempo, eles estão voltando. Recuperar essas amizades têm sido fundamental para o recomeço", afirmou.
Para Daniel, a maior vítima do crime é Andreas, irmão de Suzane, que tinha apenas 14 anos quando viveu todo o pesadelo de ver seus pais mortos e a irmã presa. Segundo o ex-Cravinhos, Andreas era seu irmão e ele sonha com o dia em que terá um acerto de contas com ele.
"Sinto muita dor em falar no Andreas. Tinha 14 anos quando me perdoou, na época do julgamento. Mas esse perdão venceu porque ela era um garoto e hoje é adulto. Ainda não tive oportunidade de encontrá-lo depois que saí de Tremembé. [...] Ainda estou me preparando psicologicamente para procurá-lo, abraçá-lo e beijá-lo. Nem sei se tenho essa coragem. Só de pensar nele fico desestabilizado emocionalmente", disse ao jornalista Ullisses Campbell.