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Madrinha de bateria da Acadêmicos de Niterói é investigada por ligação com a milícia

Thay Mende já desfilou na Paraíso do Tuiuti

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 04 de maio de 2023 - 10:30
Com uma fantasia em tons lilás, representando a “Sedução do Carnaval”, Thay veio à frente da segunda alegoria da escola de Niterói
Com uma fantasia em tons lilás, representando a “Sedução do Carnaval”, Thay veio à frente da segunda alegoria da escola de Niterói -

Na última quarta-feira (03) o nome de Thaianna Cristina Mesquita, mais conhecida como Thay Magalhães, foi citado nas investigações do Ministério Público em conjunto com a Polícia Civil, após a ex-rainha de bateria participar de uma reunião com a alta cúpula dos integrantes da milícia do Tandera. Thay foi identificada em uma das fotos capturadas pelo Ministério Público, e é acusada de negociar apoio político com milicianos. Outros dois políticos pré-candidatos às eleições de 2020 também estavam presentes no encontro, Cornélio Ribeiro, pré-candidato a prefeito de Nova Iguaçu e Luciano Henrique Pereira, pré-candidato a prefeito de Seropédica. As investigações fazem parte da operação Epilogue, que busca cumprir o mandado de prisão dos integrantes da segunda maior milícia do Rio. 

De acordo com o MP, as investigações tiveram sucesso após as quebras de sigilo dos dados telemáticos- dados que ficam em posse das controladoras e aplicativos mesmo após a exclusão desses - autorizados judicialmente para análise. Foram identificadas a gravação entre a alta cúpula da organização criminosa com os pré-candidatos às prefeituras dos municípios Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica. Os cargos seriam dados aos políticos em troca da entrega para os criminosos de secretarias de governo, nomeações para cargos públicos e licitações fraudulentas. Contudo, os pré-candidatos não foram eleitos.

Operação Epilogue mira combater a milícia do Tandera
Operação Epilogue mira combater a milícia do Tandera |  Foto: Divulgação
 

Os políticos foram alvos da operação, que na última quarta, prendeu seis pessoas e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão, segundo com o delegado da 48° DP (Seroédica), Vinicius Miranda. No entanto, nove pessoas ainda estão foragidas. Durante a ação, os presos denunciados são: Denys Cleberson da Silva Vieira, vulgo Sardinha, Jackson Oliveira do Nascimento, vulgo Jackson, Alex Sandro Vieira, vulgo Melecão, Victor Valladares Silva, vulgo Valladares ou Bradock, Diego Leite de Assis, vulgo Bebezão, e Rodrigo Marendaz Mendes, o último, sendo preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e uso ainda de documento falso. 

Os milicianos foragidos são: Danilo Dias Lima, vulgo Tandera, Gilson Ingrácio de Souza Junior, vulgo Juninho Varão, Marcelo Morais dos Santos, vulgo Grande, Gigante, Chefão ou Eduardo, André Felipe Mendes, vulgo Rocha, Luiz Fernando Souza Alves, vulgo Fernandinho, Rodrigo Cardoso Ferreira, vulgo Digo, Anderson Ayrão de Siqueira, vulgo Leite Ninho, Arnaldo Belo santos, vulgo Naldinho, e Higor Augusto Maciel Amêndola, vulgo Faustão.

Os Grupos de Atuação Especializada (GAECO) ofereceu denúncia contra 17 integrantes da quadrilha, dentre os quais estão Tandera e dois políticos. Por meio das investigações, foi possível concluir a respeito da atuação violenta da organização nas regiões dominadas. A milícia, por meio de condutas cruéis, vem impondo terror sobre moradores e comerciantes locais. 

No processo, constam milicianos e outros suspeitos de integrarem o esquema junto aos políticos. No total, 25 pessoas são alvos da investigação  Gilson Ingracio de Souza Junior, o Juninho Varão; Denys Cleberson da Silva Vieira, o Sardinha; André Felipe Mendes, o Rocha; Rodrigo Cardoso Ferreira, o Digo; Victor Valladeres Silva, o Valladares ou Bradock; Arnaldo Belo Santos, o Naldinho; Diego Leite de Assis, o Bebezão; Alex Sandro Vieira, Melecão; Higor Augustro Maciel Amendola, Faustão ou Gordão; Jackson Oliveira do Nascimento; Luiz Fernando Souza Alves; Anderson Ayrão de Siqueira; Genesdir Mendes e Warley Paul Mansur, o Arley; Daniel Alessandro da Silva Lima; Andreane Cardoso de Brito; Estela Francisco Reis; Leonardo Silva Pinheiro, o Catatau ou Leo PH; Jobson Souza Bispo, o Jobson Bispo; e Cleber José de Paula. 

Além das prisões, um carro de luxo foi apreendido na casa do policial militar Leonardo Silva Pinheiro, apelidado como Catatau e Léo PH. De acordo com a Polícia Militar, a 8° Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), também participou da averiguação. O policial é lotado do 7° BPM (São Gonçalo). Além do veículo, também foram apreendidos dinheiro, celulares, agenda, computadores e munição, objetos de uso pessoal do agente.

Sobre Thay Magalhães 

A pré-candidata à prefeitura de Mesquita, ficou sob os holofotes no final de 2021, quando foi comparada com a - na época- princesa da Paraíso da Tuiuti, Mayara Lima. Na período, Thay era a rainha de bateria e recebeu uma chuva de críticas por não ter o mesmo samba no pé da princesa da agremiação, que ficou famosa pelo sincronismo com a bateria. As críticas direcionadas à ex-rainha, alegaram até a compra do posto em que ela atuava. No ano seguinte, Thay deixou a escola e foi anunciada em dezembro de 2022 como rainha de bateria na Acadêmicos de Niterói. 

Thay Magalhães desfilou com a Paraíso do Tuiuti, como rainha de bateria no carnaval de 2021
Thay Magalhães desfilou com a Paraíso do Tuiuti, como rainha de bateria no carnaval de 2021 |  Foto: Divulgação
 

Sobre Tandera

Tandera, codinome para Danilo Dias, é o chefe da segunda maior milícia do Rio e domina as regiões de Seropédica, Itaguaí, e pontos da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu. 

Danilo Dias, o Tandera
Danilo Dias, o Tandera |  Foto: Divulgação
 

De acordo com a Polícia Civil, ele tem o olho de Tandera, símbolo do desenho animado Thundercats tatuado. De acordo com informações obtidas pela corporação, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele. O criminoso também é conhecido pelo seu comportamento extremamente violento, Tandera também faz questão de estar de frente nas invasões em áreas de domínios de quadrilhas rivais. Costuma andar sempre com um fuzil sob proteção e na companhia de diversos seguranças. 

Em agosto do ano passado, 19 fuzis que pertenciam à milícia do Tandera foram apreendidos pela polícia, além de um carro-forte usado pelos milicianos usado para intimidar inimigos e proteger os criminosos durante os confrontos com rivais. 

Até o momento, a defesa de Thay ainda não se pronunciou. 

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