Porta-bandeira de escola de samba é vítima de racismo no Rio
De acordo com Winnie Lopes, um motorista gritou "tinha que ser preto" do carro após uma situação no trânsito
A dentista e porta-bandeira da escola de samba "Em Cima da Hora", Winnie Lopes, passou por um episódio de racismo na tarde da última quarta-feira (3) em Todos os Santos, na Zona Norte do Rio. Winnie filmou o homem que proferiu ofensas contra ela no trânsito e o caso está sendo investigado como injúria racial pela 26ª DP (Todos os Santos), com o suspeito já intimado a depor.
O incidente ocorreu quando Winnie estava indo para casa do irmão para buscar uma câmera, na preparação para a celebração do aniversário de um ano de seu filho. A injúria racial aconteceu após a vítima dar passagem para outra motorista que realizava uma mudança na rua. Em seguida, Winnie foi agredida verbalmente por um terceiro motorista que afirmou: "Tinha que ser preto".
A dentista, que já foi porta-bandeira da União da Ilha, decidiu filmar o agressor e levou o vídeo para a delegacia. Embora o suspeito tenha sido identificado, Winnie preferiu preservar sua identidade. Ela quer que ele seja responsabilizado, mas não exposto. No vídeo, o vizinho pede para o motorista abaixar o vidro do carro e Winnie intercede para evitar uma confusão.
Winnie é mãe de dois filhos e ressalta que luta para que as crianças pretas possam crescer mais livres e respeitadas. Ela tem um sobrinho de dez anos e constantemente o alerta para não correr se todo mundo correr, para não andar de moletom no shopping e para carregar a nota fiscal do iPhone. Winnie teme que as crianças sofram racismo e não saibam se defender.
A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado e que diligências serão realizadas em busca de testemunhas e demais informações para elucidar o fato.