Árvores centenárias estão sob risco de queda e assustam moradores no Centro de Niterói
Somente neste ano, duas quedas de árvores foram registradas
Quem passa pela Praça São João, no Centro de Niterói, certamente já se deparou com as imensas árvores centenárias enraizadas nas esquinas do espaço envolto por comércios e residências. Apesar da beleza oferecida pelos galhos e folhas que parecem riscar o céu, as árvores também têm oferecido perigo e risco de vida aos moradores, trabalhadores e pessoas que têm a praça como trajeto. Isso porque, parte das árvores estão sofrendo risco de queda e os galhos estão alcançando a rede elétrica.
Apenas neste ano, duas árvores já caíram na praça. Em fevereiro, moradores observaram uma inclinação na calçada em que estava localizada a árvore, os galhos estavam rente à fiação elétrica e depois de alguns dias, a mesma caiu e atingiu um prédio próximo, a calçada e um poste.
No último mês, a segunda árvore caiu na mesma região, a queda atingiu um veículo que foi completamente destruído. Os galhos também caíram sobre a rede elétrica, em decorrência, moradores ficaram cerca de 30 horas sem energia elétrica e quase 3 dias sem prestação de serviços como internet e tv a cabo. Os órgãos competentes fizeram a remoção da árvore.
Ainda assim, o problema continua, outras duas árvores estão sob risco de tombamento e isso tem assustado os frequentadores da região. ‘’Se essa árvore cair, vai ser fatal. Em dia de chuva eu não fico aqui, peço até as pessoas para saírem de perto. Passa muita gente aqui todos os dias, crianças voltando e indo pra escola, os barraqueiros, o pessoal da Secretaria de Educação. Ela (árvore) está muito perigosa." alarmou uma das barraqueiras que preferiu não ser identificada. A comerciante atua há mais de 20 anos na região e acabou apelidando de ‘’árvore-mãe’’a árvore que cruza as Ruas São Pedro com Visconde de Uruguai.
‘’Niterói é um município que se gaba pela eficiência, mas a verdade é que ela não existe’’ declarou um morador da região, que preferiu não se identificar, o mesmo também informou que todos os órgãos foram acionados em relação aos problemas de quedas de árvores de grande porte na região, mas os mesmos não se prontificaram. As árvores, segundo o morador, devem ter cerca de 25 e 28 metros de altura.
Procurada, a Prefeitura de Niterói declarou que precisa que a Enel desligue a rede para realizar a poda das árvores. ‘’A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos informa que tem o levantamento de todas as árvores do local através do projeto Arboribus, que consiste no mapeamento e análise das árvores do município. Sobre as duas árvores que caíram este ano, ambas estavam em contato com a fiação de distribuição de energia elétrica e a secretaria já havia oficiado a concessionária Enel solicitando o desligamento da rede ou execução da poda, mas não teve retorno. Há ainda mais dois ofícios aguardando a resposta da concessionária para a execução de mais três podas no local, também em contato com a rede elétrica.
É importante ressaltar que a Prefeitura, a Enel e o Ministério Público firmaram, em 2016, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que ficou definido que a execução da poda em caso de risco iminente ou contato das árvores com a rede de distribuição de energia elétrica, que acarrete ou possa acarretar na interrupção do fornecimento de energia em Niterói, é de responsabilidade da concessionária.’’
Em resposta à demanda solicitada pelo OSG, a Enel declarou realizar o serviço ainda neste mês. ‘’A Enel Distribuição Rio informa que está agendado para o dia 21/5 o desligamento de energia na região, para que a prefeitura de Niterói efetue o serviço de poda. O desligamento será realizado em um domingo para minimizar os transtornos causados aos moradores da área. A distribuidora ressalta que possui uma rotina de verificação dos galhos em contato com a rede que possam trazer risco à população e ao sistema elétrico. A concessionária mantém um cronograma de inspeção na rede para identificar estes casos e executa os serviços de acordo com o planejamento.’’
Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas*