Ex-auxiliar de Bolsonaro, Mauro Cid depõe nesta quinta à PF
Registros fraudulentos de vacinação teria beneficiado Jair Bolsonaro e filha, além de Cid e familiares
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai depor nesta quinta-feira à Polícia Federal a respeito das denúncias sobre o esquema de fraude nos cartões de vacinação da Covid-19. Os registros teriam beneficiado o então presidente Jair Bolsonaro, a filha, além de Mauro Cid e a família.
O ex-ajudante foi preso no último dia 3 durante buscas e apreensões feitas na casa do ex-presidente. Segundo investigadores, a confirmação de que Bolsonaro e a filha teriam tomado as vacinas foi inserida de forma irregular no sistema do Ministério da Saúde. Mauro Cid e outras pessoas estão sendo investigadas pela suposta inclusão nos dados.
Segundo a Polícia Federal, comprovantes de que eles tomaram a vacina teriam sido baixados pelo aplicativo do Conecte Sus, do ministério, com base em informações falsas. Em seguida, o registro das vacinas foi apagado do sistema.
Todo o esquema aconteceu antes de Bolsonaro e a família viajarem aos Estados Unidos, no final de dezembro do ano passado. A PF acredita que a falsificação do documento tenha sido feita para facilitar a entrada do presidente no país.
Em depoimento na última terça (16), Bolsonaro negou ter conhecimento de qualquer participação de Cid no esquema, assim como negou ter ordenado ou orientado a fraude nos cartões de vacinação.
Além de Mauro Cid, sua esposa também deve prestar depoimento na próxima sexta-feira (19). A PF já concluiu a perícia de um celular apreendido com Mauro Cid, o material deve contribuir com as investigações. Entre os materiais analisados, consta mensagens do ex-ajudante às assessoras da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, orientando pagamento de despesas com dinheiro vivo.
Suspeita de tentativa de golpe
Segundo o blog da Andréia Sadi, no depoimento de Cid à PF, também deve constar explicações sobre uma troca de mensagens de áudio com o militar reformado do exército Ailton Barros, tratando sobre um plano de golpe de estado.
Ailton foi procurado por Cid para ajudar na fraude de um cartão de vacina para sua esposa, Gabriela Cid. O militar reformado também foi preso na operação na casa de Bolsonaro, no último dia 3.