Gravações de influenciadoras acusadas de racismo aconteciam em São Gonçalo e Niterói
Família de uma das crianças prestou depoimento nesta quinta-feira (2) na 74ªDP (Alcântara)
As duas influenciadoras acusadas de racismo contra crianças negras em vídeos gravados para redes sociais nasceram e moram em São Gonçalo. Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves teriam também realizado as filmagens que viralizaram negativamente na própria cidade.
De acordo com o delegado titular da 74ªDP (Alcântara), Luis Maurício Armond, as abordagens para as gravações acontecem há, pelo menos, três anos. Não há confirmação dos locais exatos das filmagens, mas relatos das próprias influenciadores indicam que os vídeos seriam feitos pelas proximidades de Niterói e São Gonçalo.
A família de uma das crianças expostas no vídeo teria prestado depoimento na 74ª DP (Alcântara), nesta quinta-feira (2). Segundo os pais do menino exposto, eles não autorizaram a reprodução da imagem do filho menor de idade nas redes sociais das influenciadoras.
As duas mulheres, que se apresentam como mãe e filha, são investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) por conta dos vídeos em que aparecem presenteando crianças negras com um macaco de pelúcia, uma banana e dinheiro.
Em nota, a assessoria jurídica das influenciadoras afirmou que reconhece a seriedade e a importância de tratar o assunto com responsabilidade e diligência, e que a dupla vai cooperar plenamente com qualquer investigação conduzida pelas autoridades competentes.
"A assessoria jurídica ressalta que as influenciadoras estão consternadas com as alegações que foram feitas e repudiam veementemente qualquer forma de discriminação racial. Reforçam ainda, o compromisso em promover a inclusão, diversidade e igualdade em suas plataformas. Ressaltam que naquele contexto não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias. [...] Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves estão à disposição para dialogar com as partes afetadas, organizações de defesa dos direitos humanos e demais envolvidos", disse o comunicado.