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Buracos na via causam transtorno em frente a presídio em São Gonçalo

Condições da Rua Porto Calvo dificultam acesso à cadeia pública

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 07 de junho de 2023 - 18:20
Trânsito de caminhões com carga pesada teria piorado situação da via
Trânsito de caminhões com carga pesada teria piorado situação da via -

Nem todo mundo que passa pela Rua Porto Calvo, em Santa Luzia, São Gonçalo, está a caminho da cadeia pública localizada no endereço para cumprir sentença. Em dias de chuva, no entanto, passar pela via acaba sendo uma espécie de punição para todos que atravessam a via, segundo moradores. Já há alguns anos, a rua - em especial no trecho imediatamente em frente ao presídio ISAP Tiago Teles de Castro Domingues - está repleta de buracos e enfrenta problemas ocasionais de entupimento de bueiros. 

O endereço costuma ser destino não só dos visitantes na cadeia, mas também de funcionários da unidade ou de comércios locais, assim como de motoristas de vans e veículos de passeio fretado, que têm a região como ponto de partida. São essas pessoas que sentem na pele a dificuldade de passar pelas agravadas instabilidades no terreno e pelo lamaçal que mesmo uma chuva sutil deixa no local; que não tem pavimentação, ao contrário da via de acesso para a BR-101, há poucos metros. 

"Tem uns quatro ou cinco anos que está assim, pior. Já cercaram, já passaram máquina, mas asfalto nunca colocaram. Desse lado tem um bueiro, do lado de lá tem outro. Já entupiu várias vezes. Só não enche porque a gente mesmo desentope às vezes", conta o funcionário de uma lanchonete próxima ao presídio, que preferiu não ser identificado. Usuário da via há pelo menos uma década, o diagnóstico encontrado por ele é o mesmo que outros trabalhadores da região também apontam: o alto fluxo de caminhões com cargas pesadas. 

Períodos chuvosos deixam poças e lama no rastro de quem passa pela rua
Períodos chuvosos deixam poças e lama no rastro de quem passa pela rua |  Foto: Layla Mussi
  

De acordo com os moradores, veículos com grandes cargas, como contêineres, costumam passar em frente ao ISAP Tiago Teles em direção ao prédio de uma empresa de transporte e logística que fica na rua. O peso seria o motivo para a formação das depressões no solo.

Não melhora. De vez em quando, vêm aí, passam uma máquina, mas daqui a pouco chove e volta todo esse lamaçal de novo. Fica difícil para as pessoas pisarem, andar. Para passar é pé na lama, carro afundando. De vez em quando tem carro batendo, caindo dentro do bueiro. Está abandonado, de verdade Tainá dos Santos, funcionária de um estabelecimento comercial na região
 

Além dos buracos, os arredores da cadeia pública também são palco de outro problema: falta de segurança pública. Outro funcionário, que também optou por não ser identificado, conta que diversas ruas próximas têm a passagem impedida por barricadas colocadas por grupos criminosos. A ação de suspeitos na região é conhecida pela maioria dos que passam pela Porto Calvo e às vezes deixam marcas mais visíveis. No ano passado, por exemplo, as "crateras" da via foram cenário de uma troca de tiros entre criminosos e agentes de segurança do presídio, durante um momento de troca de turno à noite. 

Quem visita indivíduos que cumprem pena na cadeia acabam não conhecendo tanto desse lado, mas não deixam de passar dificuldades o bastante com os buracos. "Isso aí 'só Jesus'. Isso aí tinha que melhorar bastante, ainda mais em frente a uma cadeia pública. Tinha que ser tudo asfaltado, bonitinho, mas a realidade é que não é assim. Você vê que o pessoal tem muita dificuldade de passar por aqui", opina Marcelo Ramos, familiar de uma pessoa encarcerada no Tiago Teles. 

Procurada, a empresa de logística localizada no endereço não respondeu até o fechamento da reportagem. Uma representante da Prefeitura Municipal disse que uma equipe de obras deve ser enviada ao local em breve para apurar a situação da via.

"Já cercaram, já passaram máquina, mas asfalto nunca colocaram", relata usuário da via
"Já cercaram, já passaram máquina, mas asfalto nunca colocaram", relata usuário da via |  Foto: Layla Mussi
  

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