Gêmeas siamesas com 2% de chance de sobreviver superam expectativas
Sobreviventes de uma separação que levou 11 horas para ser completa, as gêmeas, agora aos 6 anos, se formaram no jardim de infância
Abby e Erin Delaney, de 6 anos, são gêmeas siamesas craniópagas, ou seja, conectadas pelo crânio. Elas nasceram na Carolina do Norte, nos Estados Unidos e desde o seu primeiro dia de vida, superam as expectativas dos médicos. Os pais foram avisados que a chance de sobrevivência para as meninas era de 2%. Porém, no início de junho deste ano, ambas se formaram no jardim de infância.
Os pais relataram como foi difícil viver esse momento, especialmente com Abby, que havia perdido 10 a 15 vezes seu volume de sangue.
“Eles substituíram todo o sangue de seu corpo várias vezes quando os cirurgiões tiveram que cortar seu seio sagital para separá-la de Erin. Os cirurgiões realmente nos disseram que nunca haviam doado tanto sangue a um paciente de uma só vez e que o paciente havia sobrevivido", disse a mãe das meninas, Heather Delaney, de 33 anos.
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Os riscos variavam de danos cerebrais leves à morte, além disso, antes da grande cirurgia, as gêmeas precisaram fazer diversas intervenções menores. Mesmo que as chances de sobrevivência fossem baixas, o procedimento deu certo.
Os médicos disseram à família Delaney que a chance de ter gêmeos craniópagos era de uma em 2,5 milhões. De acordo com o Hospital das Crianças da Filadélfia, é a forma menos comum de gêmeos siameses, representando 2% dos casos. Cerca de 70% dessas crianças são do sexo feminino e, no caso de gêmeos craniópagos, são sempre geneticamente idênticos e compartilham o mesmo sexo
As crianças continuam a crescer saudáveis, ainda que com atraso no desenvolvimento.
Na formatura, Erin recebeu um 'prêmio golfinho' por seu 'coração aventureiro' e amor por explorar. Enquanto Abby recebeu o 'prêmio cervo' por ser uma 'boa amiga que trata a todos de maneira gentil'.
Aos 11 meses, ambas passaram pela cirurgia de separação no Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP), também nos EUA. A primeira do tipo feita no local por conta da raridade do caso. Elas nasceram compartilhando um crânio, pele e seu seio sagital superior, um vaso crítico que transporta o sangue para longe do cérebro. Por isso, a delicada operação durou um total de 11 horas.