Pescadores fazem mutirão de limpeza em mangue de São Gonçalo
São recolhidas cerca de 20 toneladas de lixo por mês
Cerca de cinco toneladas de lixo por semana é o que as equipes do projeto “Águas da Guanabara”, desenvolvido pela Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro, com apoio da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de São Gonçalo, retiram dos rios Imboaçu, Pomba e Marimbondo. Esses resíduos são descartados de forma irregular nos rios e desaguam na Baía de Guanabara. Além de causar a degradação do meio ambiente e da atividade pesqueira, prejudica também a flora e a fauna local.
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Durante períodos nos quais os pescadores estejam impossibilitados de atuar nas suas atividades por situações específicas, como defeso, o projeto Águas da Guanabara permite que eles trabalhem com suas embarcações recolhendo lixo flutuante da Baía de Guanabara, sendo devidamente remunerados, garantindo renda extra e contribuindo para a limpeza e a melhoria da qualidade das águas.
“Eu já trabalho com a pesca há 10 anos. Comecei a vir aqui com meu tio desde criança. Hoje isso aqui é o meu sustento. Quando estou no mar, estou em paz. Quem está de fora, não tem noção do quanto esse projeto ajuda na limpeza da Baia e o quanto ajuda no nosso trabalho de pesca”, disse Alexandre Henrique, de 40 anos, que sobrevive da pesca há dez anos.
Em uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação, as equipes do projeto também ensinam os alunos da rede a proteger e respeitar a natureza.
“Nosso projeto tem o objetivo educacional porque as crianças precisam aprender esse lado. Nós passamos um semestre nas escolas mostrando a eles o que acontece na natureza se os resíduos são descartados de forma errada. A ideia é mostrar, na prática, o que eles só encontram nos livros, para que eles saibam as consequências para a fauna e a flora se o lixo for jogado nos rios”, explica Alberto Toledo, coordenador técnico do projeto Águas da Guanabara.
O projeto Águas da Guanabara desenvolve atividades em São Gonçalo, Magé e na Baixada Fluminense, com previsão de expansão para outras colônias nas proximidades da Baía de Guanabara, região que tem uma intensa atividade pesqueira e que possui grande importância ecológica. As equipes do projeto também produzem material de pesquisa sobre questões ambientais.