Dia mundial da amamentação e a busca pela maternidade sem 'neuras'
Especialistas e mães experientes reúnem dicas para as mamães de primeira viagem que desejam amamentar
O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. O mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017 que determina que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno, como realização de palestras e eventos; ações de divulgação em espaços públicos e decoração de espaços com a cor dourada.
História da data
A história da Semana Mundial de Aleitamento Materno teve início em 1990, num encontro da Organização Mundial de Saúde com a UNICEF, momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração de Innocenti”.
Para cumprir os compromissos assumidos pelos países após a assinatura deste documento, em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, sigla em inglês). Em 1992, a WABA criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno e, todos os anos, define um tema a ser explorado e lança materiais que são traduzidos em 14 idiomas com a participação de cerca de 120 países.
São dias de intensas atividades que buscam promover o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida, se estendendo até os dois anos ou mais de idade. A Semana Mundial da Amamentação (SMAM) está focada na sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança, sendo considerada um veículo de promoção do aleitamento.
40% das puérperas têm dificuldade em amamentar
Maternidade sem 'neuras'
No Brasil, além da exclusividade no primeiro semestre de vida, o Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, pois ela é responsável por passar os nutrientes e anticorpos para a criança, protegendo contra infecções enquanto o sistema imunológico se desenvolve. No entanto, um estudo da MindMiners revelou que 40% das puérperas têm dificuldade em amamentar.
O aleitamento materno protege bebês e crianças pequenas de doenças perigosas. O leite materno é a primeira 'vacina' do bebê. Mas o processo em si não é "mágico" ou fácil.
Entre as principais dificuldades encontradas na amamentação, segundo o estudo, 48% relataram dor e 31% disseram sofrer com a pega errada do bebê e com vazamento de leite. Além disso, 21% relataram empedramento do leite.
A pesquisa foi realizada com 1.800 mães, grávidas e puérperas e revela que conseguir amamentar é (ou era) o maior desejo de todas essas mulheres. Segundo o levantamento, 94% amamentaram por algum período de tempo, mesmo com 30% delas sentindo falta de informações sobre o aleitamento materno.
De todas as entrevistadas, apenas 12% relataram não terem sofrido algum tipo de dificuldade para amamentar.
O estudo da MindMiners revelou também que a fórmula — um composto líquido ou em pó fabricado para suprir as necessidades nutricionais de lactentes durante os seis primeiros meses de vida — é usada como complemento da amamentação para 45% dos bebês. Além disso, 5% tomam ou já tomaram exclusivamente o produto.
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Dicas e incentivos para o aleitamento materno
Mesmo que a vontade de amamentar seja forte e genuína nas mamães, nem sempre o organismo responde. Normalmente, as causas são podem envolver situações fisiológicas, sociais e emocionais.
Como mostrado no estudo, entre as principais causas da dificuldade em amamentar estão dores, pega incorreta da mama, pouca produção de leite, críticas familiares, depressão pós parto, desinformação, estresse, mastite, mamilos invertidos ou rachados e o leite empedrado. Algumas dessas situações são passíveis de prevenir.
Especialistas e, principalmente, mães de primeira, segunda e terceira viagem, aconselham:
- Prepare o seu corpo e a sua mente para o momento da amamentação, durante a gravidez. Beba bastante líquido, principalmente água, chás e evite alimentos que possam causar cólicas no bebê, algumas semanas antes do nascimento. Entre eles, feijão, chocolate, café, refrigerante, frituras e produtos lácteos em geral.
- Lembre-se, o bebê não mama no mamilo, é preciso que abocanhe ao máximo da aréola. Para as mamães com bico pequeno, é bom estimular ao apertar a mama mesmo atrás da aréola, com os dedos em forma de "V" ou "C," para puxar o mamilo para fora.
- Feche os ouvidos para palpites e críticas. Ignore fases como "fulana não conseguiu, deu mamadeira", "não vai conseguir", "o bebê está passando fome, vai emagrecer", "seu leite é fraco". Muito ajuda quem não atrapalha.
- Tente não desistir na primeira dificuldade. Cada um sabe dos próprios limites, mas amamentar também pode ser um ato de resistência para aquelas que sempre desejaram fazê-lo. Então, pode ser que o bebê pegue corretamente somente na segunda ou terceira noite e está tudo bem. Enquanto isso, a chuquinha e a fórmula podem ser aliados.
- Prepare-se para o 'baby blues'. É o momento de desordem hormonal que a mãe sente-se triste, frustrada, sem motivo aparente. É normal e vai passar.
- Se apesar de todas as tentativas, não for possível amamentar, abstraia da "neurose" de ser uma mãe incompleta por isso. A conexão com o bebê se dará por outras formas e ele irá se desenvolver e crescer como qualquer outro. Não se preocupe.