“Morre, macumbeira”: Mãe de santo é apedrejada durante ritual religioso em Curicica
Done Solange D’Ogun estava acompanhada de duas filhas de santo quando foram surpreendidas com pedras e ofensas
A mãe de santo e ativista da causa animal, Solange de Arruda Machado, também conhecida como Done Solange D’Ogun, revelou ter sido apedrejada enquanto fazia um ritual religioso na mata da Colônia Juliano Moreira, em Curicica, no Rio de Janeiro. O caso aconteceu no dia 13 de agosto, mas recentemente, Solange publicou um vídeo nas redes sociais, contando sobre a intolerância sofrida.
De acordo com a mãe de santo, ela e duas filhas de santo estavam na região de mata realizando um ritual para ajudar uma pessoa enferma, quando foram surpreendidas com pedras arremessadas e ofensas. Entre as agressões verbais proferidas contra o trio, palavras como “Macumbeiros miseráveis” e “Morre, macumbeira” foram utilizadas para atingir Solange e as outras duas mulheres, para além do físico.
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Ninguém se feriu, mas o caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
No vídeo divulgado no Instagram (@solangeogunsi), a mãe de santo disse sentir que foi escolhida para viver a intolerância religiosa na pele, para que pudesse ser ainda mais firme na luta contra este problema social. Além disso, Solange explicou aos seguidores e companheiros de fé o que aconteceu no dia 13 de agosto, e relatou:
“O que aconteceu não foi apenas um caso de intolerância religiosa, mas sim uma tentativa de homicídio. Se uma daquelas pedras tivesse nos acertado, principalmente na cabeça, não tenho dúvidas de que não sobreviveríamos. Quem jogou as pedras ainda estava gritando: ‘Morre, macumbeira’. Não conseguimos ver quem era. Foi assustador, ficamos com muito medo”.
Solange de Arruda começou na umbanda quando tinha 14 anos, e há 20, possui seu próprio barracão de candomblé em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.