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Concessionária de água danifica piso tátil e atrapalha locomoção de morador em SG

Morador do Rio do Ouro tem deficiência visual e necessita do piso para se deslocar na região

relogio min de leitura | Escrito por Lara Neves | 21 de setembro de 2023 - 08:08
O músico Celso Pontes, de 74 anos, relata que luta há mais de 10 semanas para tentar com que a Águas do Rio conserte um trecho do piso tátil
O músico Celso Pontes, de 74 anos, relata que luta há mais de 10 semanas para tentar com que a Águas do Rio conserte um trecho do piso tátil -

Um morador com deficiência visual no loteamento Vila Hulda, no Rio do Ouro, em São Gonçalo, sofre há mais de dois meses com um transtorno causado por um reparo da concessionária de água e esgoto do município. Isso porque uma equipe acabou quebrando um trecho do piso tátil, que ele utiliza para se locomover pela sua rua e chegar até a via principal do bairro.

Piso foi colocado para facilitar a locomoção de Celso pelo bairro
Piso foi colocado para facilitar a locomoção de Celso pelo bairro |  Foto: Filipe Aguiar

O músico Celso Pontes, de 74 anos, relata que luta há mais de 10 semanas para tentar com que a Águas do Rio conserte um trecho do piso tátil danificado por uma equipe da empresa. Segundo ele, a concessionária foi procurada diversas vezes, mas até o momento não teria ido até a Rua Maria Graciana da Silva para resolver o problema.


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O piso foi inaugurado em 2019
O piso foi inaugurado em 2019 |  Foto: Filipe Aguiar

"O piso foi inaugurado em 2019 e é a primeira vez que aconteceu de quebrar. Os funcionários vieram fazer um conserto em uma casa e danificaram as placas. Agora, eu estou esperando há cerca de dois meses e meio alguém aparecer para ajeitar isso", afirma Celso.

O piso instalado na rua e nas vias próximas à casa em que o músico mora faz com que ele possa se locomover de forma independente pelo local
O piso instalado na rua e nas vias próximas à casa em que o músico mora faz com que ele possa se locomover de forma independente pelo local |  Foto: Filipe Aguiar

O piso instalado na rua e nas vias próximas à casa em que o músico mora faz com que ele possa se locomover de forma independente pelo local. Sem o recurso, o cidadão fica dependendo de outras pessoas para caminhar, o que tira a sua liberdade de ir e vir.

A superfície tátil é tão importante para Celso que ele chegou até a ajudar na criação de uma associação de moradores para que sua voz fosse amplificada. A Associação de Moradores da Vila Hulda (AMAVILAH) foi essencial no processo de cobrança da instalação do piso, e, atualmente, é uma ferramenta que auxilia na conservação do sub-bairro.

"O piso foi instalado depois de muita luta. Ele passa pela sede da associação dos moradores e vai até a parada do ônibus, o que me dá autonomia. Porém neste momento eu estou sendo prejudicado pelo descaso da empresa", diz.

Procurada pela reportagem de O SÃO GONÇALO, a Águas do Rio que vai enviar uma equipe técnica para verificar a ocorrência.

Luta pela revitalização da via 

Há 20 anos, Celso e moradores da Vila Hulda entraram com uma ação na justiça pedindo melhorias no bairro, que passava por diversos problemas, incluindo buracos, falta de acessibilidade e esgoto à céu aberto. Depois de diversos entraves na justiça a primeira parte das obras foi concluída em outubro de 2021 e finalizada meses depois. 

A ação judicial pedindo que a Prefeitura Municipal de São Gonçalo revitalizasse o espaço teve início em 2003 e foi acompanhada de perto pelo O SÃO GONÇALO. "Em 1982, eu comecei a trabalhar em um hotel e cassino em países como Europa, África, Ásia, mas, principalmente, pelo Oriente Médio e minha mãe continuou morando aqui. Lembro que a rua era muito boa, era de terra, mas era bem feita e bem acabada. Até que, quando eu voltei para cá no início dos anos 2000, vi que haviam diversos problemas que foram iniciados por tratores eleitoreiros. A rua passou a ter muitos buracos, esgoto a céu aberto, sem calçada, sem pavimentação e sem acessibilidade para mim que sou cego. O meu cão guia da época não queria nem sair de casa, pois tinha os buracos e um esgoto de uma ponta a outra da rua e ele não queria passar por isso. Foi quando eu entrei como uma ação no Ministério Público pedindo a revitalização do bairro que estava arruinado", contou na época Celso , que também é presidente da associação de moradores do local que trata de diversos temas do tipo.

Depois de muita batalha na Justiça e muitos pedidos de recursos da Prefeitura, no dia 8 de março de 2017, saiu o parecer: a prefeitura teria sim que revitalizar todo o espaço do sub-bairro, segundo decisão do juiz titular da Terceira Vara Cível Euclides de Lima Miranda. Na época, ainda foi dado um prazo para que essas obras tivessem início ou haveria uma multa diária de R$ 5 mil 

Obras na via foram conquistadas após batalha judiacial.
Obras na via foram conquistadas após batalha judiacial. |  Foto: Filipe Aguiar

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