Viúvo de Walewska diz que foi orientado a não ir em enterro
Família da campeã olímpica, no entanto, contesta versão de Ricardo Alexandre Mendes
O viúvo da campeã olímpica de vôlei Walewska Oliveira falou publicamente pela primeira vez sobre a morte da esposa. Ao UOL, Ricardo Alexandre Mendes, de 48 anos, contou motivo de não ter ido ao sepultamento e detalhes sobre a relação do casal.
Desde que a morte de Walewska, aos 43 anos, veio à tona, a ausência de Ricardo em seu enterro foi um dos assuntos mais comentados. Segundo ele, ele já havia comprado uma passagem aérea para ir até Belo Horizonte, mas tiraram o seu direito de se despedir do "amor da sua vida".
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"Um amigo da família disse que os pais dela orientaram eu não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia", afirmou o viúvo à reportagem, porém a família da ex-jogadora nega a versão.
De acordo com Ricardo, que foi acusado de não ter ajudado financeiramente no funeral da esposa e de não ter atendido o cunhado para as burocracias de liberação do corpo em São Paulo, ele pretende "restituir tudo" e diz que não teve condições psicológicas de reconhecer Walewska. "Ninguém ligou para falar de valores", informou.
O viúvo também comentou sobre a relação do casal e sobre o pedido de divórcio, que seria um dos motivos apontados para o abalo psicológico da ex-atleta.
"Por todo o amor que eu tenho por ela, se eu soubesse que ela iria tomar essa decisão, eu anularia minha vida e os meus sentimentos para continuar com ela", desabafou Ricardo, que revelou que a mulher não estaria satisfeita com a decisão dele de terminar o casamento de 20 anos.
Segundo o viúvo, na noite anterior ao incidente, os dois tiveram uma pequena discussão sobre o relacionamento, porém sem agressão ou ameaças. Ele teria dito à Walewska que "não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher". Em seguida, ela teria ficado introspectiva e, depois, o casal teria ido dormir. "Eu esperava ela aceitar a separação numa boa", declarou.
Ricardo também revelou que já havia tido uma conversa sobre a saúde mental da mulher com os sogros, por conta de uma suposta tentativa de suicídio ocorrida há três anos, e que a medalhista olímpica fazia terapia há um ano.
A última vez que ele a viu com vida foi na manhã de sua morte, na última quinta-feira (21), quando ele saiu para trabalhar. De acordo com Ricardo, ele descobriu sobre a queda da mulher através da gestora do condomínio, que tocou a campainha da sua casa para contar sobre a tragédia. "Meu chão abriu e eu desmoronei", disse.