Casal de idosos no Amendoeira enfrenta falta d'água há dois meses
Imóvel não está conectado à rede coletora da rua
Quando a dona Maura Guimarães, de 62 anos, e seu esposo Valcy Fonseca, de 73, se mudaram para o imóvel que compraram no Amendoeira, em São Gonçalo, há dois meses, esperavam dedicar as próximas semanas ao sonho realizado da casa própria. Um obstáculo, porém, tem impedido o casal de usufruir do imóvel: desde que se mudaram, os moradores estão sem abastecimento de água.
O imóvel está desconectado da rede coletora de esgoto que atende ao endereço e, como não tem cisterna ou poço artesiano, as torneiras do casal estão sem uma gota d'água desde a mudança. A concessionária responsável pelo abastecimento na cidade, a Águas do Rio, visitou o local no começo de outubro e prometeu resolver a situação em um mês. Apesar disso, passado o prazo, a casa continua sem água.
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"Chamamos eles [a concessionária]. Mediram tudo e disseram que iam ver o que podiam fazer. Cadê? Já voltei lá de novo, há uns 15 dias, reclamei de novo. Disseram que iam mandar uma pipa para a gente. Mas onde que a gente vai colocar uma pipa, se nem cisterna a gente tem, só a caixa d'água? Expliquei, chorei com eles e falaram de novo que iam ver, mas até agora nada", conta Maura.
A residência já está há mais de um ano sem receber o abastecimento devido. Antes da chegada do casal de idosos, no entanto, a casa estava vazia. Quando acertaram a compra por financiamento do terreno, Maura e Valcy contavam com a resolução do problema por parte da Águas do Rio.
De acordo com os moradores, todas as outras residências vizinhas recebem o abastecimento. "Ali embaixo tem tubo da Cedae, aqui em cima as casas têm água também. É só a nossa aqui na rua que está sem", explica a moradora.
Até agora, eles tem se virado com água emprestada pelos vizinhos. Para os próximos dias, porém, eles não sabem como vão seguir, já que a moradora que os fornece água por uma mangueira no quintal já avisou que precisará interromper o empréstimo. "A vizinha emprestou a água provisoriamente, mas agora já não vai poder emprestar mais. Vamos ficar sem nada, nem um balde", se preocupa seu Valcy.
A onda de calor dos últimos dias tem agravado a situação do casal, que precisa, ainda driblar a falta d'água para enfrentar alguns problemas de saúde. Dona Maura, além de artrose, se recupera de uma queda que acabou deslocando uma prótese que tem no braço esquerdo, gerando a necessidade de uma nova cirurgia.
Seu esposo ajuda como pode, mas também enfrenta alguma dificuldade por conta de sequelas na visão deixadas por uma problema de saúde anterior. A soma dos problemas dificulta ainda mais a rotina sem água, que inclui carregar baldes cheios pela casa e outros esforços que o casal não tem conseguido atender.
Procurada, a Águas do Rio afirmou que "após vistoria, identificou que não existe rede de distribuição de água localizada em frente ao imóvel" e que irá envia "equipe operacional ao local para realizar o estudo de viabilidade técnica para a região".