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Zumbi dos Palmares: um eterno símbolo de resistência na luta contra o racismo

Zumbi foi líder do Quilombo de Palmares e morreu defendendo a sua liberdade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 20 de novembro de 2023 - 19:16
Zumbi dos Palmares é um ícone da luta abolicionista no Brasil
Zumbi dos Palmares é um ícone da luta abolicionista no Brasil -

A história de Zumbi dos Palmares não pode ser contada separadamente da história do Quilombo dos Palmares, grupo que Zumbi liderou e morreu por ele. Há mais de 500 anos atrás, a história do Brasil ganhava novos desdobramentos com a chegada dos portugueses. Ambiciosos, os estrangeiros tinham altas expectativas com a exploração das terras e de seus nativos, os indígenas. Quando a exploração dos nativos não era mais permitida para eles, uma nova ideia surgiu: transportar pessoas do continente africano para o país e fazê-los de escravos. E assim, se iniciou uma longa era de injustiças no país.

Em meio a luta dos escravizados pela liberdade, surgem os quilombos no Brasil, em que os escravizados fugidos de seus senhores formavam uma comunidade para resistir a escravidão e viver em liberdade. O maior quilombo do Brasil foi o Quilombo dos Palmares, e acredita-se que ele surgiu a partir de escravizados fugidos do engenho de Pernambuco. O grupo, aos poucos, foi crescendo e chamando mais pessoas para fugirem das correntes e se juntarem ao quilombo.

Zumbi passou a liderar o quilombo dos Palmares após uma desavença com Ganga Zumba, líder anterior da comunidade. Em 1678, Ganga Zumba recebeu uma proposta dos portugueses: se o quilombo fosse desfeito, os escravizados nascidos em Palmares seriam livres, mas os fugidos seriam levados para outros senhores e voltariam a escravidão. Ganga estava sendo chantageado pela Coroa Portuguesa, que sequestrou seus familiares e usou eles como moeda de troca, e aceitou a oferta. Zumbi, revoltado, se voltou contra o homem, assim como os outros quilombolas de Palmares. Assim, no mesmo ano, ele substituiu Ganga na liderança de Palmares.

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Apesar dos ataques constantes, o grupo resistiu e conseguiu existir, de 1630 até 1680. Seu fim aconteceu por uma expedição de um bandeirante, o Domingos Jorge Velho. Ele foi contratado para destruir o quilombo e, caso fosse bem-sucedido na missão, receberia parte das terras da Serra do Macaco e viraria senhor de parte dos escravizados. Apesar de ter sido destruído, o quilombo dos Palmares nunca morreu de verdade, pois foi eternizado na memória do país como um símbolo de libertação.

Após o ataque do bandeirante, Zumbi e outros quilombolas que sobreviveram fugiram e se esconderam na mata da Serra Dois Irmãos. Eles passaram quase dois anos escondidos, até que, em 1695, o esconderijo foi descoberto após Antônio Soares, um dos quilombolas, revelar o local enquanto era torturado. O bandeirante André Furtado de Mendonça organizou uma emboscada para Zumbi e matou o homem, no dia 20 de novembro, há 328 anos atrás. Sua cabeça foi decepada e exposta em Recife.

O Dia da Consciência Negra é celebrado no dia da sua morte como uma forma de imortalizar Zumbi. O líder se foi, mas seu legado na luta antirracista e pela liberdade seguem eternizados. Em 2011, a ex-presidente Dilma Rousseff determinou a data de 20 de novembro como Dia da Consciência Negra e Dia Nacional de Zumbi.

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