Dois homens são presos em clínicas clandestinas enquanto realizavam procedimento cirúrgico irregular
Um dos criminosos se intitulava anestesiologista, mas não possui registro no Cremerj
Nesta terça-feira (21), policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) prenderam dois homens por realizarem procedimentos estéticos com alto grau de complexidade em clínica sem licença sanitária, em Nova Iguaçu. Os presos foram um médico peruano, Jaime Javier Garcia Caro, e o colombiano Jean Paul Perez Barraza, que se intitulava como anestesista.
A dupla foi presa em flagrante. No momento da operação, eles estavam realizando um procedimento de lipoaspiração em uma paciente. Jean Paul tentou sair do local ao avistar os policiais, tirando o jaleco bordado com seu nome e com a profissão de “anestesiologista”. No entanto, os agentes o encontraram antes que ele pudesse fugir.
Segundo a Polícia Civil, nenhum dos dois possui registro no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
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Na sala ao lado, os agentes encontraram uma mulher que tinha acabado de ser submetida a um procedimento de lipoaspiração, e reconheceu Jean e Jaime como os médicos que realizaram a operação. Enquanto os policiais estavam na clínica, uma mulher chegou no local com complicações no pós-operatório de uma cirurgia que fez com a dupla. A paciente reclamava de fortes dores e estava com uma sutura inflamada.
A clínica não possui equipamentos para lidar com complicações que podem acontecer durante uma cirurgia, como desfibrilador ou ambulância. Dentro de uma geladeira, foram encontrados medicamentos, armazenados junto com comida e bebida dos funcionários do local.
O médico peruano Javier é investigado em outro caso, que também envolve a realização clandestina de uma cirurgia. Na época, ele fez uma lipoaspiração em uma mulher, que precisou ser internada no Hospital Souza Aguiar.
A operação foi realizada a partir da monitoração de publicações em redes sociais. As postagens divulgavam valores de procedimentos cirúrgicos a preço popular, e a Polícia Civil iniciou as investigações. No processo, foi descoberto que a clínica já tinha sido alvo dos policiais no ano anterior, em junho de 2022, em que foram encontrados materiais impróprios para consumo.