Funcionários envolvidos em episódio de racismo e denunciados por Vilma Nascimento são demitidos
Dufry Brasil alegou que os demitiu "por quebra dos protocolos da empresa"
Os quatro funcionários que participaram de um caso de racismo no aeroporto de Brasília foram demitidos pela Dufry Brasil. Vilma Nascimento, porta-bandeira histórica da escola de samba Portela, foi responsável por realizar a denúncia.
A Dufry, que possui a concessão do varejo no terminal, terminou a investigação interna e, posteriormente, os demitiu "por quebra dos protocolos da empresa".
Segundo a apuração da empresa, não houve furto na loja em que Vilma foi acompanhada da filha Danielle, que foi com a intenção de comprar presentes para o filho e marido.
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Relato de Vilma:
"Quando nós chegamos ao aeroporto, Danielle quis comprar uma lembrança para o filho dela e para o marido. Ela ficou olhando o presente, fiquei vendo os perfumes. Sou considerada, no mundo do samba, a cheirosa. O vendedor ficou me acompanhando, me falando os preços porque não enxergo direito. Quando Daniele acabou de comprar, ela pagou o que comprou e saímos. Quando passo pela loja, a segurança chama a gente para entrar e revistar a bolsa. Nunca imaginei ter que passar por isso na vida.", declarou a porta-bandeira.
O crime ocorreu no dia 21 de novembro, um dia após a porta-bandeira Vilma, de 85 anos, ter sido homenageada no Dia da Consciência Negra, em uma cerimônia que aconteceu em Brasília.
A diretoria da Dufry esteve com Vilma e Danielle, sua filha, para se desculpar "pessoalmente pelo constrangimento a que foram submetidas na loja da empresa".