'Risco de desabamento em mina de Maceió continua, mas é menor', diz Governo
Moradores do entorno ficam ilhados após evacuação por risco de colapso
Um relatório divulgado neste domingo (03) pelo Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que há uma redução da probabilidade de deslocamento de terra em larga escala na mina nº 18 da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió. As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.
Segundo o documento, a expectativa dos especialistas do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) é que, se houver desmoronamento, “ocorrerá de forma localizada e não generalizada. Não se observa alteração expressiva do nível da lagoa [Mundaú]. Entende-se haver baixo risco de contaminação da lagoa”.
“Observa-se estabilização da situação, com redução do ritmo de subsidência do terreno e redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala” diz o relatório.
O relatório mencionado traz as informações que foram discutidas durante reunião da Sala de Situação, realizada no sábado (02), que foi instaurada pelo ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, para gerenciar as ações relacionadas às instabilidades geológicas em Maceió.
“Nas últimas 24 horas, houve redução da velocidade de deslocamento, de 50cm nos dias 29 e 30/11/23 para cerca de 15 centímetros por dia, hoje 02/12/23. Registra-se que ainda é uma velocidade elevada, ao se comparar com o parâmetro anterior da ordem de 20 centímetros por ano. A situação ainda demanda atenção”, diz o documento.
Em seu último boletim, divulgado na manhã deste domingo, a Defesa Civil de Maceió atualizou os dados de deslocamento da mina, indicando uma estabilização da velocidade, mas informou que segue em alerta máximo “devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18”.
Segundo o órgão, a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização, “enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”.
Ainda segundo a Defesa Civil, as chuvas previstas para a região podem agravar a situação.
Famílias do entorno ficam isoladas
Cerca de 3 mil pessoas vivem ilhadas socioeconomicamente nas comunidades Flexal de Baixo e Flexal de Cima desde 2019, quando a Braskem iniciou os acordos para compra de mais de 550 imóveis e realocação de mais de 50 mil moradores das regiões afetadas.
Ao todo, cinco bairros de Maceió foram desocupados à força devido ao afundamento do solo causado pela mineração de sal-gema pela petroquímica Braskem, que atuava em 35 minas subterrâneas, localizadas abaixo dos bairros do Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol.
Quem ficou morando na região, nas margens da área aceita oficialmente como afetada pelo perigo de afundamento do solo, vive um drama agravado neste momento, quando há risco iminente do colapso de uma das minas em uma enorme cratera e a capital alagoana está em situação de emergência.
Hoje, no entorno dos Flexais, ficam regiões que em muito se parecem com “bairros fantasmas”, pois toda a população do entorno foi realocada. Mesmo assim, boa parte dos moradores permanece lá, isolados socialmente.