Manifestação realizada pela família de músico preso em SG pede por justiça
Leonardo Antônio foi preso no último dia 4, acusado de roubo e homicídio; A família alega inocência do rapaz
Na manhã desta segunda-feira (18), familiares do músico Leonardo Antônio da Conceição Albertino, de 21 anos, realizaram uma manifestação em frente ao Fórum do Colubandê, em São Gonçalo, pedindo por justiça. Os parentes alegam que o rapaz foi preso por engano, acusado de roubo e homicídio.
Leonardo, que trabalhava como mecânico de bicicletas num comércio em Alcântara e atuava como baterista na Primeira Igreja Batista Recanto das Acácias, foi preso no último dia 4, após reconhecimento fotográfico, de acordo com relatos.
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"O principal objetivo desse ato foi mostrar a Justiça que meu menino não é criminoso e nem cometeu esses atos, tentar de alguma forma sensibilizá-los, porque tem sido muito triste, uma luta por dia, sem nenhuma resposta ou previsão. Eu como mãe estou muito desesperada, mas tentando ficar forte, porque eu sei que ele é inocente, e que quando sair, vou estar aqui de braços abertos", afirmou Nádia da Conceição, mãe de Leonardo.
Desde a prisão, a família vem tentando provar a inocência do músico, afirmando se tratar de um jovem de igreja, trabalhador e que nunca se envolveu em nenhum dos crimes dos quais está sendo acusado.
Conforme a ordem de prisão, o gonçalense é acusado de cometer um crime de homicídio que ocorreu em 13 de junho de 2022. No caso, Leonardo está sendo apontado de participação da morte de Adriano Gonçalves de Oliveira, morto em Guaxindiba. Na ocasião, o corpo da vítima foi carbonizado.
Hipótese da família
Entre as contraposições, a família considera duas situações que podem explicar o equívoco. Uma delas é que o filho esteja sendo confundido com o irmão por parte de pai, o Marco Antônio, também conhecido como Sabiá. O apelido do irmão também aparece no registro de ocorrência associado ao nome de Leonardo.
O irmão do jovem, ao contrário de Leonardo, possuía antecedentes criminais e integrava o tráfico de drogas de Guaxindiba, no mesmo bairro onde ocorreu o homicídio qualificado que tem sido associado ao nome de Leonardo. Marco Antonio, no entanto, morreu em junho de 2021.
Outra hipótese levantada pela família, é a de que Leonardo pode ter sido apontado por testemunhas após ter sua foto retirada do banco de dados do Detran, em sede policial. Segundo Nádia, desde a prisão do jovem, que completa uma semana nesta segunda-feira (11), não foi concedido o direito de ligação ao jovem. Leonardo foi levado para o presídio de Benfica, onde tem permanecido incomunicável.
Ajuda de custos
Além da impotência por não poder tirar de imediato o filho do presídio, os familiares têm lidado com os custos para a contratação de um advogado que possa atuar no processo de defesa do jovem. Para auxiliar na soltura de Leonardo, os parentes do baterista pedem por contribuição com qualquer quantia na vaquinha criada.
O segundo mais velho de quatro filhos, Nádia Gonçalves, enfatiza o bom convívio que sempre estabeleceu com o filho: ‘’Filho obediente, rapaz tranquilo, não tem vícios, não sai para bailes, é um menino caseiro’’, contou.
Interessados em contribuir, podem acessar a vaquinha por meio deste link.
Ainda na busca de arrecadar dinheiro para pagar o advogado, no próximo sábado (23), a família de Leonardo irá organizar um almoço na Primeira Igreja Batista em Recanto das Acácias, em São Gonçalo, onde terão duas opões de prato: filé de frango ou calabresa acebolada.
Familiares também fizeram uma rifa, que acabou em 24h, com 100 números, arrecadando um total de R$500 que será voltado aos custos da defesa do músico.
"Vendemos toda a rifa, todos estão de alguma forma ajudando para que meu menino seja solto", declarou a mãe de Leonardo.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) cumpriu o mandado de prisão, decretado pela Justiça.
"A representação pela prisão foi feita com base em investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) e encaminhada ao Ministério Público, que ofereceu denúncia aceita pelo Poder Judiciário. A Polícia Civil informa que o processo criminal seguiu o trâmite previsto em lei, sendo submetido aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. A instituição ressalta que não utiliza, de forma exclusiva, o reconhecimento indireto por fotografia como única prova em inquéritos policiais para pedir a prisão de suspeitos. O método, que é aceito por lei, é um instrumento importante para o início de uma investigação, mas deve ser corroborado por outras provas técnicas e testemunhais", disse a nota.