Oito vacinas do calendário infantil registram alta em 2023
Ministério da Saúde afirma que resultado representa reversão da queda dos índices registrada desde 2016
Oito vacinas recomendadas do calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas vacinais, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde, de janeiro a outubro de 2023, quando comparado com todo o ano de 2022. Para as crianças com 1 ano, os imunizantes contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola) registraram crescimento. Também houve aumento na cobertura da vacina contra a febre amarela, indicada aos 9 meses. A alta foi registrada em todo o país.
O resultado representa uma reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016, mesmo sem a consolidação dos dados para todo o ano de 2023. Os números foram apresentados a jornalistas na última terça-feira (19), em Brasília, com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“Quero dizer que o movimento pela vacinação venceu. Todos alcançamos juntos o objetivo de reverter a trajetória de queda das coberturas vacinais. A sociedade atendeu ao chamado e se incluiu nesse movimento”, disse a ministra. “Hoje pudemos apresentar aqui um balanço do quanto avançamos. E gostaria de lembrar o que já disse a OMS [Organização Mundial da Saúde]: a vacina, junto com a água tratada, é o que garantiu a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa em todo o mundo”, disse a ministra.
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Os índices vacinais para a DTP melhoraram em todas as unidades da federação. Além disso, 26 unidades federativas aumentaram a cobertura contra a poliomielite e da primeira dose da tríplice viral. 24 Estados também tiveram alta na cobertura contra a hepatite A, meningocócica e segunda dose de tríplice viral; e 23 melhoraram a cobertura da vacina pneumocócica.
A nível nacional, ao comparar 2022 com 2023, a cobertura vacinal de hepatite A passou de 73% para 79,5%. O 1º reforço da pneumocócica passou de 71,5% para 78% neste ano. A polio alcançou 74,6% de cobertura, ante os 67,1% do ano passado. Entre as vacinas indicadas para menores de 1 ano, a que protege contra a febre amarela foi a que apresentou o maior crescimento, passando de 60,6% no ano passado para 67,3% neste ano, sendo que todos os Estados registraram aumento de cobertura vacinal.
Houve aumento superior a 48% no total de cidades que atingiram 95% de cobertura para a vacina DTP, passando de 1.467 em 2022, para 2.180 cidades em 2023.
O mesmo aumento foi registrado para a cobertura contra a poliomielite: alta de 48%, saindo de 1.463 cidades em 2022 para 2.168 neste ano. Destaque também para a cobertura contra a hepatite A, com um avanço de 40%. Em 2022, 1.745 municípios brasileiros haviam chegado aos 95% preconizados para essa vacina e, agora, o número é de 2.446.
“De forma geral, tivemos um incremento de 1/3 no número de municípios que alcançaram a meta de 95% em vacinas fundamentais para o calendário infantil. São mais de 2.100 cidades hoje com esse índice de cobertura, o que é maravilhoso”, disse Nísia Trindade.
Outro destaque foi a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), que desde 2014 apresentava queda no número de doses aplicadas. A cobertura subiu 30% neste ano, mesmo com o incremento na população para a qual a vacina deve ser aplicada nesse período. Além do microplanejamento, a vacinação nas escolas foi uma estratégia fundamental para este resultado positivo, especialmente quanto à vacinação de HPV. No total, 3.992 cidades brasileiras utilizaram a estratégia.
“Há muitos desafios pela frente. Mas todo esse avanço é decisivo e significativo, pois demonstra que juntos vamos conseguir com que o Brasil, que já tem 50 anos de PNI, recupere a sua cultura de imunização. Algo que é motivo de orgulho e de reconhecimento internacional”, afirmou a ministra.