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Onda de violência no Equador tem brasileiro sequestrado e emissora de TV invadida

Thiago Allan Freitas mora no Equador há três anos e foi sequestrado, assim como sete policiais

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 10 de janeiro de 2024 - 14:24
Brasileiro tem uma churrascaria de comida brasileira chamada La Brasa no Equador
Brasileiro tem uma churrascaria de comida brasileira chamada La Brasa no Equador -

O Equador passa por uma crise de segurança e violência que alcançou novas proporções nesta terça-feira (9), iniciada ainda em 2023, com as eleições presidenciais do país e um candidato assassinado às vésperas do evento.

Sete pessoas foram sequestradas, incluindo um brasileiro. Uma emissora de TV foi invadida por criminosos. O brasileiro, identificado como Thiago Allan Freitas, foi sequestrado durante conflitos na capital do país, Guayaquil, e os sequestradores estão solicitando um valor em dinheiro pelo resgate. Os criminosos enviaram imagens do rapaz ao lado de armas, em tom de ameaça.

"Mandaram fotos e vídeos do meu irmão, vendado, com as armas, depois com a faca no pescoço e outra arma na cabeça, falando que queria dinheiro", contou Erick Lohan Vieira, irmão de Thiago, ao Hora 1, da TV Globo.


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O brasileiro é de São Paulo e mora no Equador há três anos. A situação está sendo monitorada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Gustavo, o filho da vítima, no dia do crime, compartilhou nas redes sociais da churrascaria do pai, La Brasa, o que tinha acontecido, e contou que, mesmo depois de levarem U$1,1 mil, ainda estavam pedindo por mais dinheiro.

Em vídeo publicado, o jovem pede doações para ajudar no resgate do pai, e informa que qualquer quantia é bem-vinda.

"Já enviamos todo o dinheiro que tínhamos. Não temos mais. Por isso recorro a vocês, que me ajudem com o que têm, com qualquer valor, é muito bem-vindo. Se é US$ 1, US$ 2. Precisamos de verdade. Estamos desesperados", pediu o menino. 

Crise no Equador

A onda de violência no Equador se iniciou com as eleições presidenciais de 2023, que só deveriam acontecer em 2025. Ano passado, a eleição foi adiantada em dois anos após a dissolução da Assembleia Nacional. Em agosto, aconteceu o que daria início a crise: Fernando Villavicencio, um dos presidenciáveis, foi baleado e morto ao sair de um comício. O assassinato do candidato a presidente gerou motins em prisões do país, que, agora, se expandiram para as ruas.

No último domingo (7), o chefe de uma facção criminosa José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito fugiu da cadeia, e o governo do Equador decretou estado de exceção. Quando um país está com estado de exceção decretado, as Forças Amadas atuam nas ruas em conjunto com a polícia.

Na terça-feira (8), homens armados invadiram uma universidade e os estúdios do TC Televisión, canal de TV estatal, em Guayaquil. Ao vivo, os invasores mantiveram as pessoas reféns, e um deles chegou a encostar uma arma no pescoço de apresentador.

A Polícia Nacional do Equador anunciou duas horas depois, em seu X (antigo Twitter), que a situação já estava sob controle, e treze pessoas tinham sido apreendidas.

Com estado de exceção decretado, os residentes do Equador perdem, por 60 dias, os direitos a: 

  • Locomoção, com toque de recolher das 8h às 23h. 
  • Reunião
  • Privacidade de domicílio e de correspondência (significa que a polícia pode entrar em uma residência sem necessidade de um mandado) 

Previamente, o Equador já teve estado de exceção declarado, durante o governo de Guilherme Lassuo, pelo menos duas vezes, em 2021, com o aumento da atividade de grupos narcotraficantes, e em 2023, com a morte de Fernando Villavicencio. 

Fito, de 44 anos, é considerado um dos criminosos mais perigosos do Equador e é um dos líderes da Los Choneros. O grupo começou como uma organização de matadores de aluguel, mas começaram a traficar drogas e cometer roubos. 

De acordo com o jornal "El Universo", Fito estava cumprindo uma pena de 34 anos, acusado de roubo, posse de armas, assassinato, e participação de organização criminosa. 

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