Moradores enfrentam inundações devido a fortes chuvas em São Gonçalo
No bairro Luiz Caçador, cerca de 100 residências estão abaixo d’água e perderam bens materiais
Desde a última quinta-feira (11), os moradores de São Gonçalo e de cidades da região têm sofrido com os impactos do forte volume de chuvas. No último sábado, a situação se agravou com alagamentos em vários bairros, que deixaram milhares de moradores desabrigados e desalojados.
Em São Gonçalo, um dos bairros mais atingidos é Luiz Caçador, às margens da BR-101 e da Baía de Guanabara.
Na Rua 31 de Março, moradores relatam que o cenário é de água invadindo as casas, resultando na perda de móveis e eletrodomésticos. Na tarde deste domingo as ruas continuavam inundadas, dificultando o acesso às casas.
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‘’A água invadiu várias casas aqui. Na verdade, sempre quando chove é essa tristeza’’, relatou um morador, que preferiu não se identificar. De acordo com ele, em conversa por telefone com reportagem de O SÃO GONÇALO, os moradores estão enfrentando uma situação de desespero. "Vários moradores estão passando por isso, de ter a casa alagada. Fizemos uma reunião e estamos dando comida, pois muitos estão sem comer desde ontem", contou o morador que não quis se identificar.
Segundo o mesmo morador, o cenário já se repete há mais de dez anos, e vem se agravando após uma obra feita na região, por conta do Comperj.
Além do problema de locomoção, a chuva já provocou a perda de móveis e outros bens entre moradores. Adriana Machado, 44 anos, conta que perdeu eletrodomésticos por conta do nível alto da água que invadiu sua residência, e é uma situação que se repete pela segunda vez.
"Perdemos fogão, geladeira, cama, estamos zerados. As comidas estão todas encharcadas, só conseguimos salvar a televisão porque ela fica na parede", contou a dona de casa. Ainda, ela revelou que perdeu o guarda-roupa, comprado há menos de seis meses.
De acordo com a moradora, a primeira vez que ela teve sua casa alagada foi no ano passado, também no mês de janeiro.
A família está abrigada na casa de um amigo que mora nas proximidades, mas não teve a casa alagada. "Eles estão nos ajudando. Estamos lavando o que deu para aproveitar, de tigela, roupa e panela. Ele mora em outra rua e conseguiu nos tirar da casa a tempo, antes que algo pior acontecesse", relatou.
Adriana conta que já pediu ajuda para a Associação de Moradores do bairro, e, segundo ela, até a presidente da associação teve a casa invadida pela água, e nenhuma assistência foi cedida até agora. "Não sabemos mais a quem recorrer, ficamos encolhidos sem saber para onde ir. Eu moro na Rua B, e muitos vizinhos estão na mesma situação", compartilhou.
Ecilda da Silva Salgueiro, de 54 anos, também é moradora de Luiz Caçador e foi prejudicada por conta da chuva. A faxineira perdeu sapateira e cômoda e, assim como Adriana, também não está passando por isso pela primeira vez. "Na primeira vez perdi guarda-roupa, geladeira e fogão, além do conforto, né? Que nós não temos direito", desabafou. Ecilda mora na Rua Marquês de Valença, e conta que, além dela, seus vizinhos também tiveram as casas alagadas.
Apesar de ser em outro canto da cidade, no bairro de Trindade, o cenário de casas tomadas pelas águas das chuvas também se repete. Patrícia Madureira Leite, de 52 anos, teve a sua residência invadida pela chuva. Como os moradores de Luiz Salgado, a salgadeira teve seus eletrodomésticos danificados pela ocasião. "Cama, armário, guarda-roupa, máquina de lavar, geladeira, foi tudo perdido. Era quase um metro de altura de água na minha casa", compartilhou a mulher.
Patricia conta que sua casa sempre alaga quando chove, e uma característica em comum aos quatro moradores, que são de ruas e até bairros diferentes, é a recorrência da ocasião. Todos relatam não ser a primeira vez que passam por isso.